quarta-feira, 16 de março de 2011

Penso numa Betesda brasileira e tremo *

Num dos textos mais recentes de Ricardo Gondim ("Deus nos livre de um Brasil evangélico") ele declara: "Imagino uma Genebra brasileira e tremo." Neste texto, Gondim parece não ter noção das implicações do que escreve, pois a conseqüência prática de seu discurso não é outra senão a apostasia. Agindo assim ele demonstra que não deixou simplesmente de ser evangélico, mas de ser cristão! Ele consegue enxergar maior proveito em preservar a cultura popular desta era, honrosamente representada (na opinião dele) nas músicas de "Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Maria Gadu", ou nas "poesias sensuais como ‘Carinhoso’ do Pixinguinha ou ‘Tatuagem’ do Chico", do que ver pessoas se rendendo aos pés do Salvador. Para ele é um grande pesar imaginar um Brasil Puritano, pois isso (mais uma vez repito que na opinião dele) levaria a um "um cerco aos boêmios". Pobrezinhos dos boêmios! Será que ele se considera um?

Não estou aqui querendo destratar a cultura popular brasileira, pois afinal de contas sempre se pode tirar proveito da graça comum que Deus derrama sobre as vidas de suas criaturas, e, em alguns aspectos, Ricardo está plenamente correto em seu texto ao apontar para a pobreza da sub-cultura “gospel” e todo o seu pífio “evangeliquês”. O problema é que em Genebra (e na Inglaterra sob a influência Puritana), por preservar uma cultura alicerçada na Bíblia, o pensamento de Calvino desencadeou um elevar sócio-cultural e moral (sem falar do avanço na esfera científico), conduzindo o homem para mais perto de Deus (enquanto que preservando seu pleno desenvolvimento racional) e a nação a um maior respeito para com a Lei desse Deus, enquanto que, por outro lado, a simples manutenção da cultura popular jamais foi capaz de colocar o homem em contato com o Divino ou adequá-lo aos padrões morais estabelecidos em Sua Santa Palavra. Sob influência dos "boêmios", gerações inteiras foram empurradas a uma vida de vícios e prazeres carnais; presas a uma intelectualidade completamente vazia de significado justamente por ser alienada de Deus e incrédula.

Lendo o texto de Gondim, não posso fazer outra coisa se não afirmar com toda a minha consciência: “Deus nos livre de um Brasil nos padrões de Gondim”! Ou mesmo de um “deus” concebido em seus moldes. O “deus” de Gondim tem a fôrma de seu próprio entendimento; é literalmente sua exata imagem e semelhança: um “deus” fraco, mutável, de conhecimento estreito e inteiramente vulnerável as decisões e vontades humanas. “Penso numa Betesda brasileira e tremo”. Algo nestes termos levaria a uma igreja altamente secularizada e sem qualquer relevância no mundo, contradizendo a ordem dada pelo apóstolo Paulo em Romanos 12:2: “E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”; ou a de Pedro em 1 Pe 1:14: “Como filhos obedientes, não vos conformeis às concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância.”

Oremos para que Deus nos mande obreiros mais comprometidos com a Sua vontade e com o Seu Reino do que com vãs especulações de homens pós-modernos.


Soli Deo Glória


Nelson Ávila


_________________________________

* Quero ressaltar aqui que muitos irmãos que compõem a membresia da igreja Betesda são cristãos que amam a Deus e Sua Palavra, descontentes com os rumos teológicos de seu maior expoente (Ricardo Gondim). Ao referir-me a Betesda, trato da igreja idealizada por Ricardo, não generalizando e estendendo sua posição a todos os irmãos.


Obs: O título foi alterado por sugestão de um grande amigo (David Abreu).

19 comentários:

  1. NELSON, LI O TEXTO DO RICARDO. ACHO QUE ELE PENSOU TANTO QUE PIROU. ACHO QUE ELE MUITA CORAGEM PARA DIZER O QUE ELE DIZ. DESFAZER DA SOBERANIA DIVINA, EM DETRIMENTO DO AMOR DE DEUS. NO LIVRO "PENSANDO FORA DA CAIXA" ELE ACUSA AGOSTINHO DE EXAGERADO EM SUA ABORDAGEM DE ROMANOS 5.12. SEGUNDO ELE A ANTROPOLOGIA REFORMADA É MUITO PESSIMISTA QUANTO AO HOMEM, MAS QUANDO OLHO PARA NÓS, CRISTÃOS PERCEBO QUE AGOSTINHO NÃO ERROU. PELO CONTRÁRIO NÓS SOMOS PIORES DO QUE IMAGINÁVAMOS! GONDIM QUE O DIGA

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  2. Verdade irmão Junior, não somos piores ainda pela graça comum de Deus que restringe o mal que há em nós e nos capacita a fazer coisas belas, todavia isto se deve não a algo inerente a nós mesmos e sim a graça soberana de Deus. O problema de Gondim é apoiar-se na filosofia e não na Bíblia. Dificilmente ele vincula seus argumentos a algum texto bíblico.

    Obrigado pelo comentário.

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  3. Quem dera tivéssemos aqui no Brasil uma nova Reforma, que nos trouxesse de volta às Escrituras e resgatasse para o povo de Deus o precioso legado do cristianismo histórico, para o qual santos como Calvino e os puritanos tanto contribuíram! É algo pelo qual sempre peço a Ele em minhas orações. Aliás, em Efésios 4.11, o apóstolo Paulo nos diz que Deus deu à Igreja "pastores e mestres" -- gente como Agostinho, Lutero, Calvino, Owen, Spurgeon e tantos e tantos outros. E o verbo ali, no original, quer dizer "deu como presente". Se rejeitar um presente que alguém nos oferece é algo ofensivo, imagine rejeitar um presente oferecido pelo próprio Deus! E Hebreus 13.7 igualmente nos ordena: "Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver".

    Obrigado por nos brindar com mais este artigo, Ir. Nelson. Deus o abençoe!

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  4. É mais uma vez um prazer ter um comentário seu aqui neste blog irmão Vanderson, sempre elevando o nível intelectual e espiritual de nossos temas.
    De fato devemos agradecer o grande presente que Deus nos tem dado através da vida destes homens. Penso que o problema de Gondim é ter seu pensamento extremamente atrelado a literatura e filosofia deste século. Basta dar uma olhada nos livros que ele anda lendo ou indicando. Quando se volta para teologia, ele sempre procura em homens participantes de um movimento que só contribuiu para fechar igrejas, seminários e despojar pessoas de sua fé no Deus conforme revelado nas Escrituras.

    Nelson Ávila.

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  5. Nelson,

    Ler Gondim, Kivitz, Frei Beto, Boff e Caio Fábio, dentre outros, é um sofrimento ímpar. Saí-se com a certeza de que se é possível preencher o vazio com mais vazio ainda. Alguns alegarão que eles escrevem bem [estilisticamente falando], mas até mesmo nesse quesito tenho sérias dúvidas.

    Quando se abandona as Escrituras em favor do subjetivismo e de sabedoria humana dá nisso aí: um homem que somente consegue afirmar alguma coisa a partir da negação da verdade. E dá-lhe citações de Chico Buarque, Che Guevara, Gandi e por aí afora. A última coisa que Gondim citará será a Bíblia. E se o fizer, será dolosamente.
    Então, sugiro a você se poupar da sujeira dele. Como está escrito: aquele que é sujo, que se suje ainda mais. Eu mesmo já não o leio há uns bons anos. Por que dele e seus pares não é possível sair nada além do mais dissimulado ceticismo.

    Grande abraço!
    Cristo o abençoe!

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  6. Olá irmão Jorge,
    Assino embaixo de tudo o que você escreveu. Na verdade, não o leio; este texto chegou-me por e-mail indicado por um amigo em que confio, para que eu pudesse também "escandalizar-me" com as tolices de Gondim. Escrevi em resposta com o único sentido de mostrar um outro caminho para aqueles que estão dando seus primeiros passos na fé e ainda não conhecem a teologia bíblica, tendo-o muitas vezes, devido sua popularidade, como uma boa referência cristã.

    Abç,

    Nelson Ávila.

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  7. Senhores,
    Por favor, aprendam a interpretar textos, ou pelo menos finjam que os entende:
    O que o Pr. Ricardo Gondim quer dizer com este texto:

    É verdade que lemos o que lemos com as lentes que escolhemos, mas vamos lá.


    a mensagem do Pastor Ricardo Gondim é clara: que Deus nos livre de um Brasil evangélico no sentido de que não teríamos liberdade de expressão, seríamos fiscais do mundo com suas obras de arte, seja na música, poesia e pintura, etc.
    “Toda a teocracia se tornará totalitária, toda a tentativa de homogeneizar a cultura, obscurantista e todo o esforço de higienizar os costumes, moralista.”

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  8. Olá Maria Lúcia,
    Deixa ver se esse ignorante aqui entendeu o que você e o pr. Ricardo quiseram dizer. Quer dizer então, que o grande problema de um Brasil evangélico é que isto implicaria em uma fiscalização do mundo “com suas obras de arte, seja na música, poesia e pintura, etc (sic)”? Pelo motivo de que “Toda a teocracia se tornará totalitária” devo entender então que nós cristãos devemos nos limitar a clamar pelo Reino de Deus (“venha o Teu Reino”) em nossas igrejas ou lares, concebendo esta idéia como uma utopia sobre a qual devemos esperar cumprimento num futuro distante, todavia, qualquer tentativa de estabelecer os princípios morais deste Reino aqui e agora deve ser evitada, pois toda teocracia (Reino de Deus) é totalitária (no sentido mais pejorativo possível); sem falar que a próprio esforço em prol de firmar estes princípios morais constitui tentativa de “higienizar os costumes” e, portanto, puramente “moralista” (algo como legalista).
    Creio então que o campo principal de nossa discussão seja a questão da “cultura”. O Dr. Augustos Nicodemus trás uma definição para cultura interessante. Ele diz que toda cultura: “[...] reflete a situação moral e espiritual das pessoas que a compõem, ou seja, uma mistura de coisas boas decorrentes da imagem de Deus no ser humano e da graça comum, e coisas pecaminosas resultantes da depravação e corrupção do coração humano. Toda cultura, portanto, por mais civilizada que seja, traz valores pecaminosos, crenças equivocadas, práticas iníquas que se refletem na arte, música, literatura, cinema, religiões, costumes e tudo mais que a compõe. Deste ponto de vista a definição de cultura é bem próxima à definição que a Bíblia dá de "mundo," a saber, aquele sistema de valores, crenças, práticas e a maneira de viver das pessoas sem Deus. Poderíamos dizer que “mundo” compreende os traços da cultura humana que refletem a sua decadência moral e espiritual e seu antagonismo contra Deus”.
    A luz dessa definição, como interpretar textos do tipo:
    1João 2:15-16 - "Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo."
    “Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus".
    Romanos 12:2 - "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Tiago 4: 4).
    João 15:18-19 – “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia”.
    O que é ser sal e luz, senão uma tentativa e higienizar costumes? O sal impõe seu sabor e a luz sua presença, ou você a acenderá para colocá-la debaixo do alqueire?

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  9. (Continuação) ...O grande problema de Gondim, a meu ver, é que ele não promove uma tentativa sadia de preservar aquilo que de bom há na cultura, ou seja, o reflexo da graça comum de Deus, mas não se preocupa em fazer qualquer distinção entre bom e mal, aceitável e pecaminoso. Enquanto ele se empenha em sua crítica à cultura “evangélica” (que de fato merece crítica e reavaliações naquilo que se distancia do ordenado nas Sagradas Escrituras), exalta a cultura secular sem qualquer tipo de restrições; incentivando, inclusive, o bom uso de “poesias sensuais”. Chico Buarque tem excelentes músicas, todavia, algumas abandonam totalmente o decoro (“Eu te amo” é um exemplo, que, porém, não teria nada de mais para um não cristão). O problema de Gondim é fazer apologia sem traçar limites, enquanto que apresenta baluartes do cristianismo, como a Genebra de Calvino e os Puritanos, como ofensivos e exemplos a não serem seguidos.
    Penso ter escrito mais do que devia, mas a síntese não é meu forte (preciso melhorar) . Minha última pergunta é: “Como suportar um céu sem Chico, Vinícius, Maria Gadú etc? Como suportar um céu teocrático? Como suportar um céu de cultura homogenia, isto é, “obscurantista”?
    Desculpe, acabei fazendo três ao invés de uma...

    Nelson Ávila

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  10. Sr. Nelson Ávila,
    Atenhamo-nos ao texto, a interpretação do que o texto diz: Que temos liberdade em escolhermos que religião seguir, não criar "um modelo" de religião, no caso só de evangélicos. Como bem sabemos precisamos conviver com as pessoas, isto faz parte de nossa vida. Cabe a elas escolherem (e Deus deu o livre arbítrio) de escolhê-las, Jesus não não disse que devemos ser evangélicos ou católicos, disse que devemos seguir a Ele.
    Veja:
    "Os primeiros protestantes reformados chegaram ao Brasil ainda no período colonial, entre 1555 e 1567, sendo que em 10 de março de 1557 esses crentes celebraram o primeiro culto evangélico do Brasil e, talvez, das Américas. A presença desses primeiros evangélicos no Brasil foi, também, um claro sinal que Deus não queria um Brasil de cristãos exclusivamente católicos.

    Passados quase 500 anos, a presunção dos denominados “cristãos evangélicos” leva ao mesmo equivoco: idealizam a existência de um país exclusivamente de “evangélicos”. Daí, oportuníssimas as palavras do Gondim e de outros profetas contemporâneos que pregam e canalizam a rejeição de Deus a essa ambição.



    Em todos os períodos da história os profetas foram ignorados, e muitas vezes perseguidos, justamente porque o profeta e a sua mensagem são progressistas, isto é, apontam para cenários desejados por Deus que estão para além do seu tempo. Eis a razão porquê aqueles que se deslumbram apenas com o aqui/agora tem dificuldades para admitir o lá/então dos profetas.

    A minha oração é: Senhor, levanta profetas, cujas palavras sejam ouvidas de Norte a Sul, e livra-nos da pretensão dos que anseiam um país só de católicos, ou só de ateus, ou só de budistas, ou só de “evangélicos” ou só de qualquer outra casta religiosa. Dê nos um país onde mulheres e homens sejam mais parecidos com o Deus Salvador revelado em Jesus Cristo.

    No Evangelho de João, capítulo 4, versos 19-24, temos um caso semelhante. Uma mulher tenta argüir Jesus sobre qual tipo de religião era a verdadeira. A de Jerusalém ou a de Samaria? Jesus alheio a essa questão menor; se Judeus de Jerusalém ou Samaritanos do monte Gerisim estavam certos (no nosso caso, se cristão evangélicos ou cristão católicos estão certos) alerta a mulher, chamando a atenção para aquilo que realmente importa: “Mas virá o tempo, e, de fato, já chegou, em que os verdadeiros adoradores vão adorar o Pai em espírito e em verdade. Pois são esses que o Pai quer que o adorem. Deus é Espírito, e por isso os que o adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade”.

    Estamos falando do texto, o sr.me parece mais estar atacanto o Pr.Ricardo Gondim que esclarecendo o texto. Acredite, não tenho procuração para defendê-lo, não frequento a Igreja dele, infelizmente, pois moro em Recife e aqui não tem Betesda.
    Maria Lúcia

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  11. Olá Maria Lúcia,
    Bem, encarar Gondim como um profeta não é ir longe de mais? Os profetas morreram não porque pregavam um inclusivismo e pluralismo imparcial, mas porque pregavam a Palavra de Deus e exigiam que os demais se submetessem a Sua Lei. Cristo e os apóstolos não possuíam essa política da “boa vizinhança”. Sua pregação era: “arrependei-vos e crêde no Evangelho”. Jesus não dizia: “Deixem pra lá os Fariseus, afinal de contas eles têm o ‘livre arbítrio’ (que afinal é um conceito antibíblico) e se um dia quiserem...”; Ele dizia: “Raça de víboras... vós sois do Diabo!”. Você não vê nos patriarcas, profetas, apóstolos e no próprio Messias algum tipo de elogio a cultura de qualquer época, mas a ênfase é sempre no Reino de Deus que é totalmente diferente (principalmente por seu caráter santo) desta era.
    Não há nenhum clamor para amoldar-se ou abster-se da cultura, o imperativo é: “Não vos conformeis”; “Transformai!” Como já disse: “O sal imprime seu sabor e a luz impõe sua presença”. Um profeta que anuncia uma mensagem igual a do “mundo” é totalmente irrelevante. Gondim não impõe limites nem faz qualquer crítica a mensagem secular, sua crítica é ao evangelicalismo!
    Sobre diversidade religiosa, não há salvação por meio da cultura! Não há salvação a parte do cristianismo! O fato de um país conter católicos, protestantes, ateus, hindus etc., não é uma evidência do amor de Deus à pluralidade religiosa. Uma tribo africana que se mantém isolada em seu país e imersa na adoração de falsos deuses pressupõe que Deus aprova que tal espírito religioso seja aceita como verdadeiro naquela localidade? Um país budista pressupõe que Deus apóia tal religião ali por não mandar católicos ou protestantes para evangelizá-lo? Não haverá outra religião no céus, apenas o cristianismo!
    Quanto a mulher Samaritana, não me venha com essa idéia de um Jesus que relativiza assuntos religiosos, como sendo uma “questão menor”. Cristo a corrige porque desde que o tempo das sombras havia passado e a verdade se encarnara entre os homens, estes necessitavam acolher a plenitude da Revelação, a saber, Jesus, que era rejeitado tanto pelos judeus como pelos samaritanos. Não importa se em Jerusalém ou no monte, tais meios externos e superficiais não contribuem em nada para a verdadeira adoração. Você deve adorar corretamente! Em espírito, pois Deus é Espírito, e em verdade! Se não estiver de acordo com as Escrituras (“a tua Palavra é a verdade”) estará errado! Se não for de acordo com Cristo (“o caminho, A VERDADE e a vida”) estará errado! Se não for de acordo com a vontade de Deus (que “não mente”, e por isso é a verdade!) estará errado! Cristo estabeleceu ali a adoração genuína, não relativizou dando a entender que os meios eram irrelevantes!
    Apontar para Genebra e os Puritanos como manifestações ultrajantes, enquanto que se coloca no pedestal homens ímpios, inimigos de Deus e filhos da ira é uma concepção deplorável e um conceito indefensável para quem se diz cristão!
    Quais os erros apontados por Gondim na cultura secular? Nem mesmo quando se refere a Darwin! Quais os pontos positivos no evangelicalismo sinalizados por ele? Nenhum! Não me venha dizer que não há aqui uma inversão de valores! Uma coisa é criticar aquilo no evangelicalismo que não confere com o testemunho das Escrituras, outra é exaltar uma cultura corrupta que, somente pela graça de Deus, pode apresentar o mínimo de decência e beleza! A cultura jamais será capaz de dignificar o homem, apenas a Escritura tem poder para tal!
    Nelson Ávila

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  12. Sr. Nelson Ávila,

    O senhor realmente não está entendendo a síntese do texto do Pr. Ricardo e isto está mais claro que o dia ensolarado. Não estou defendendo o Pr. Ricardo, embora ache que o mereça, afinal tenho vários livros dele e DVD's, pois admiro pastores que expõem suas idéias sem querer ganhar "ibope". Mais uma vez, sem polemizar:
    Se, o Brasil se tornasse um país de maioria “evangélica” ou protestante, teríamos a nossa condição social e a nossa espiritualidade melhorada?


    Se todos fôssemos e praticássemos o que Jesus ensinou nos Evangelhos, o mundo seria o melhor dos mundos, independente do rótulo de "evangélico" ou outro qualquer. Com toda a certeza sería! Mas como vivemos em um mundo com nosso livre arbítrio que Deus nos deu, precisássemos dos serviços das irmãs de caridade do Hospital Santa Casa e dos serviços de emergência cardiorrespiratória dos católicos do Hospital Pio XII, que nunca receberam nem uma cesta básica dos católicos Vicentinos, que nunca precisaram dos hospitais psiquiátricos espíritas, como o Francisca Júlia, que nunca precisaram colocar seus filhos em creches gratuitas de iniciativa espírita, que nunca se utilizaram dos serviços médicos gratuitos de iniciativa dos maçons, como é o caso do Pró-Visão e que nunca tiveram um ente querido internado na Fazenda do Senhor Jesus, do padre Haroldo, para tratar do envolvimento com drogas.

    Eu, contudo, já experimentei tal sorte e tive que, nalgum momento, me valer de algumas das instituições acima listadas, não tenho resposta de ponta de língua para essa pergunta. Fico até pensando, por exemplo, o que seria - num Brasil só de “evangélicos”- das pessoas que sofrem de graves distúrbios psíquicos, que necessitam de internação hospitalar; se 99,99% dos hospitais psiquiátricos estão ligados a iniciativa espírita. Ironia minha, mas talvez seja o caso de mandar fechar todos já que crente não sofre dos males de ordem psíquica, nem mesmo uma depressãozinha. Mais uma vez, o texto do Pr. Ricardo não está afirmando que o mundo sería melhor com pessoas "com estes pecados" (qdo o senhor citou, Chico, Maria Gadú), ele está dizendo da beleza da voz, da singularida das pessoas. E Deus é misericordioso, bom, longânimo, não um déspota, tirano, como alguns pastores vociferam e pregam! Claro que devemos cumprir seus mandamentos, cabe a Deus nos corrigir, nos mostrar e não nos destruir, fazer com que nos sintamos diferentes, Deus quer a nossa conversão em verdade e em espírito, não da boca para fora, para mostrar ao mundo "como somos bonzinhos". Deus não quer muros, Deus quer estradas! Agindo como os "juizes" da moral e dos bons costumes não se consegue a verdadeira conversão! Na primeira oportunidade a pessoa cairá novamente! Deus nos quer integralmente, inteiros, de alma, espírito! Por Deus, de que adianta tanta teologia, tanto conhecimento, se na prática vcs. são predadores da verdadeira conversão! Um simples texto, com sua essência baseada em defesa da beleza da poesia, da voz. Deixe a Deus cobrar! Cabe a Ele julgar-nos! O senhor conhece o texto de Jonas? Por favor leia, mas sem julgamentos, sem precipitações! Exercer o Cristianismo não é querer fazer o papel de Deus! Pense nisto! Não sou advogada do Pr. Ricardo, sou à favor da verdade, doa a qualquer um que distorça. Pense, por favor, releia o texto novamente, sublinhe cada frase e veja o que ele quer expor.


    Maria Lúcia - Recife-PE

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  13. Olá Maria Lúcia,
    Se você e o Gondim se utilizassem de uma definição evangélica nos moldes pentecostal/neopentecostal/carismático/liberal/gospel, eu poderia concordar com vocês em quase 100 % de suas críticas aos malefícios de uma sociedade evangélica, todavia, ele se utiliza de elementos em seu texto como Genebra e os Puritanos como sendo tão pejorativos, ofensivos e alienantes quanto a pobreza da sub-cultural do "evangeliquês" gospel. Isso é inadmissível! Você citou uma série de entidades filantrópicas ou de ajuda como um argumento em prol da superioridade de tais não cristãos em trabalhos sociais, porém eu te digo: isso só acontece NO BRASIL, porque ele não é evangélico! A grande maioria das igrejas que se dizem evangélicas, também não o são! Estude sobre a influência das igrejas reformadas e países de maioria protestante e você verá que o desenvolvimento nestes lugares é incomparavelmente superior. Quando um povo genuinamente evangélico (ou seja, pautado no Evangelho) tem verdadeira influência sobre ua nação, esta se desenvolve tanto de forma política, quanto social, econômica, cultural, artística, ética e moral. Defender essa cultura secularizada e sem Deus em detrimento da cultura bíblica, fazendo uma comparação pífia e sem bases, é ser injusto e alienado de Deus!

    Em breve, postarei nesse blog uma análise baseada na biocosmovisão de Abraham Kuyper sobre o que de fato aconteceria se uma nação se tornasse verdadeiramente evangélica. Você poderá observar a influência do Calvinismo no desenvolvimento da cultura, política, artes, ciência, religião e sua importância para o futuro.

    Obs: Sobre Gondim, assista o vídeo de Caio Fábio acerca de suas últimas declarações http://www.youtube.com/watch?v=UE03QPaHkwY&feature=player_embedded (não se detenha nas palavras impróprias do Caio, mas no cerne da questão); Obs II: Livre arbítrio é antibíblico!

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  14. Um cristão genuíno, independente de qualquer denoninação destas, não estaria participando deste "circo" que tornou todos estes comentários sobre o Pr. Ricardo. Continuo repetindo e parece que ainda não compreenderam: atenham-se ao texto! E mais uma sugestão: Ao assistirem qualquer video sobre qualquer pessoa,
    Primeiro: Vejam de quem estão falando?
    Segundo: Quem está falando esta provando o que está falando e o que está falando é de fato verdade ou uma manipulação para denegrir?
    Terceiro e mais importante que todos os dois primeiros: Mesmo que seja verdade (que tenho certeza que não é, mesmo não conhecendo-o pessoalmente, pois não se esconde um candeeiro debaixo da cama) Repassar maldade, intrigas e outros termos É DE DEUS? ESTOU SENDO BOM CRISTÃO AO FAZER ISTO? ESTOU SENDO ÍNTEGRO, SENDO CRISTÃO E FAZENDO ISTO COM UM IRMÃO, MESMO QUE NÃO GOSTE DELE? Como eu diria aos meus filhos: ISTO É DE JESUS? ELE APROVARIA? Acaso não está escrito na Biblia que quando meu irmão está errado, devo admoestá-lo em amor?

    Este será meu último comentário, não participarei mais pois parefraseando já uma frase que gostei muito e está postada no twitter do Pr. Ricardo "A grandeza de qualquer argumento murcha quando procura abrigo em um coração pequeno."
    Por favor, reflitam, orem ao Senhor Jesus, que só Ele para dar-lhes sabedoria. De que vale tanto conhecimento se lhes falta sabedoria, discernimento, para um simples texto...

    Maria Lúcia - Recife-PE

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  15. Maria Lúcia,
    O problema é que pra você, o que Gondim diz é sempre certo. Se é verdade que o Gondim anda falando asneiras sobre a Onipotência, Onisciência e Soberania de Deus? Sim! Basta ler, como você já o faz, o que ele anda escrevendo no twitter sobre as catástrofes que assolaram o Japão. Lembra do último Tsunami? Você leu as aberrações que ele escreveu? Leia este texto do pr. wilson Porte Jr. e reflita: http://wilsonporte.blogspot.com/2011/03/tristeza-no-japao-e-o-deus-de-gondim.html .
    Outra coisa, denunciar o erro em todas as suas formas não é repassar MALDADE E INTRIGAS, e sim, zelar pela Verdade!!!

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  16. Nelson, você não percebeu que está jogando pérolas aos porcos? Não vale a pena se desgastar e nem desgastar a palavra de Deus com certos tipos de pessoas. Admiro muito você! Deus lhe abençoe.

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  17. Olá irmã Cláudia Souza. Muito obrigado pelo comentário. Realmente eu já havia percebido que esta pessoa estava totalmente fechada para meus argumentos e por mais que eu falasse, ela só buscaria um meio de continuar tentando defender Gondim de qualquer erro e engano. Todavia, embora já tenha algum tempo que eu tenha escrito o último comentário do qual não obtive resposta, meu real interesse nem mesmo era a pessoa da Maria Lúcia (esta se mostrava endurecida mesmo), mas outras pessoas que porventura lessem este texto e possuíssem (ou tivessem ouvido) comentários semelhantes aos dela, mas que ainda se conservassem abertas para ouvir uma opinião contrária. Meu objetivo é alcançar estas pessoas, mostrando que existe um outro lado da moeda. Se Deus for gracioso e tiver servido para esclarecer alguém, já terei alcançado meu objetivo. Mais uma vez: obrigado!

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  18. Entendi o propósito de seus argumentos totalmente baseados na bíblia! Que nosso Deus continue te aprimorando para defender tão fervorosamente as bases de nossa fé: A verdadeira e irrepreensível palavra de Deus! Abraços!

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  19. Obrigado pelo comentário "ClaudinhaEVA". Possa o Senhor ser gracioso para conosco e nos conceder andar sempre em Seus santos caminhos, com o único objetivo de O adorar e glorificar.

    Nelson Ávila.

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