sábado, 26 de junho de 2010

E os pagãos?




Constantemente ouvimos pessoas em diversas religiões (e denominações evangélicas também) dizerem: Jesus não condenaria a perdição alguém que nunca “escutou o evangelho”, Deus sempre dá uma “chance para todos os homens aceitá-Lo” ou, seria injustiça condenar alguém que “não teve uma oportunidade”. Mas todas essas frases no seu âmago trazem um senso elevado de humanismo secular, algo que sempre buscará os interesses do próprio homem e não a justiça elevada e indizível de Deus, pois o que geralmente se tem como popular hoje não é verdadeiro, bíblico e teocêntrico.

Mas e aqueles que nunca ouviram, perecerão? Sobre esse assunto existem algumas correntes teológicas que atuam com argumentos diferentes*. São pensamentos prevalecentes hoje no mundo evangélico, entre as mais populares estão elas:

O exclusivismo ou particularismo. Defende a idéia que Cristo tem que ser pregado aos povos mais distantes e deve-se crer no evangelho, do contrario perecerão. Deus salva apenas no cristianismo

(solus cristus), através da pregação da palavra (sola scriptura).

O inclusivismo. Alguém pode ser salvo através de Cristo, mas não unicamente pelo seu evangelho. A revelação geral, anjos, sonhos, uma experiência mística profunda, se encarregarão de fazer tal obra missionária. Deus salva em (não através de) outras religiões.

O pluralismo. As religiões trazem algo essencial que precisa ser valorizado, pois é a essa essência comum entre todas que as tornam um canal da mensagem salvadora em si. Esse pensamento expressa bem a famosa frase: todos os caminhos levam a Deus.

No mundo pós-moderno a dificuldade em se defender a singularidade de Cristo e do cristianismo é cada vez mais intensa. Os discursos mais comuns favorecem a flexibilidade da mensagem cristã e a suavização do seu ofensivo testemunho sobre conceitos humanos. O pluralismo foi implantado sorrateiramente no meio da igreja. E hoje é taxado de arrogante, todo aquele que professa a salvação exclusivamente em Cristo.

O pluralismo é o retrato do homem moderno com tudo o que lhe agrada. O fato é que a diversidade da religião tem que ser adaptada de alguma forma a realidade do homem. Existem grandiosas promessas de bem estar no pensamento pluralista, pois dizer que o cristão é o único agente da mensagem salvadora é uma afronta para a liberdade de opinião e uma agressão à respeitabilidade de outras culturas, povos e tradições milenares. Cada religião tem algo em comum. Se forem fiéis e sinceras ao seu sistema filosófico sobre o ser divino, então encontrarão salvação (seja ela o que for).

O budista, o mulçumano, o hindu, o feiticeiro e etc estão todos corretos, há algo que os une. A diferença doutrinaria é irrelevante. O missionário pluralista tem que dialogar com o adepto do vodu, não invadindo a realidade de sua religião, não dizendo que “... há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.(Tm 2.5)", mas vendo as semelhanças e desprezando as diferenças.

Mas o que se esquece (propositalmente, acredito) é que as religiões embora tenham semelhanças (pelo menos superficialmente), não são iguais em sua mensagem central, a salvação. Alguma dessas deve estar correta, não há opções. Por exemplo: o judaísmo, o islamismo e o cristianismo defendem ferrenhamente seus dogmas sobre a salvação. Embora acreditem em um só Deus, isso não as torna correta em todos os outros pontos; o judaísmo crê que Cristo não salva, o islamismo acredita que somente Alá é o Senhor e Maomé seu profeta e que para ser salvo tem que ser mulçumano seguindo os ensinamentos do alcorão, porém o cristianismo diz que: só Jesus é o caminho verdade e a vida, Ele é a porta das ovelhas e todos os outros são ladrões e salteadores e em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.

. Como as três podem ser instrumentos de salvação, se elas defendem conceitos totalmente excludentes? Alguma dessas tem que estar dizendo a verdade. Isso sem falar que as duas primeiras abominam a trindade. Se não há consenso nem entre religiões monoteístas, quanto mais nas que são politeístas.

Há aqueles que desejam ainda defender a singularidade de Cristo, a superioridade do cristianismo e crêem na revelação geral e especial de Deus aos homens. Contudo repensam seus ideais sobre a transmissão desse cristianismo, a ponto de redefinirem os preceitos do evangelho (o “ide”, por exemplo), para serem mais “flexíveis” com a realidade do mundo moderno. Esse é o caso do inclusivismo. Atestam como argumento, que como algumas pessoas de religiões pagãs possuem algum tipo de “comportamento cristão” às vezes, então existe ali uma fé implícita. De uma forma misteriosa, houve alguma espécie de evangelização desconhecida ali. E o missionário trabalha para tornar aquela fé em algo explicito, mais visível e mais cristianizado. Alguns observam pessoas de caráter exemplar como Gandhi, Francisco de Assis, Madre Tereza de Calcutá e etc, para deduzir que a salvação exclui (ou pelo menos em parte) a obediência de algumas doutrinas bíblicas.

A salvação, no pensamento do inclusivismo enfatiza mais o elemento ontológico e subjetivo em detrimento da epistemologia, não há equilíbrio de ambos os pesos na visão inclusivista. Alguém pode ter uma fé subjetiva sem um meio objetivo(a bíblia) para sustentá-la e guiá-la, ser um cristão anônimo sem saber disso, e ser um salvo de alguma forma enquanto é um idolatra(Tereza de Calcutá) ou um

animista- reencarnacionista(Gandhi), não há problemas, é evidência de fé, então excluamos o elementos morais e doutrinários que a bíblia exige. Geralmente você verá alguns desses citando exemplos de personagens da bíblia: Melquisedeque, o povo Judeu na antiga aliança(antes da Encarnação de Cristo) que eram salvos.

O que existe no pensamento exclusivista na verdade é uma boa vontade pelos que nunca ouviram o evangelho(e isso é louvável), um sentimento de compaixão mas infelizmente, sem zelo pelas realidades severas que o evangelho ordena como padrão.

Não existe tal coisa como um hindu-cristão. O inclusivismo é um pluralismo disfarçado, nota-se que grande parte de inclusivistas tornaram-se depois universalistas e por sua vez pluralistas**.

O ideal inclusivista trouxe grandes problemas para agências missionárias que “fecharam as portas”, uma diminuição considerável na quantidade de jovens se colocando ao dispor das missões, o reducionismo da importância da bíblia (revelação especial) no meio dos povos, o dialogo ecumênico mais intenso e uma estatística lamentável da diminuição do testemunho cristão contra o relativismo.

O testemunho da fé judaica no antigo testamento era completamente exclusivista (Ex 9.23;15.11;Dt 6.4-9;Sl 2.10-12), o Senhor era para eles o incomparável, o único Senhor e todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Mas no mundo de hoje não importa a quem se invocar (o importante é que se invoquem a alguém), defender que Ele é o único Salvador e que sua palavra é o meio exclusivo para consumação desse fim (salvação), se tornou em motivo de indignação e discórdia para muitos. A bíblia nos diz que um gentio salvo no A.T tinha que ter as credenciais do mesmo, obedecer os mandamentos (uma revelação especial,especifica e objetiva), ser circuncidado e por aí vai(coisas que Deus desobrigadamente, só entregou ao povo que ele desejou Sl 147.19,20; Dt 7.6,7; 10.15; Am 3.2) contudo não se considerava (na visão bíblica-judaica), um gentio fora da comunidade da aliança como alguém salvo.

A verdade então salta da própria bíblia:

Sem santidade ninguém verá o Senhor. E como ser santo? Jesus diz: Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade.(Jo 17.17), como alguém pode vir a crer em Cristo(Jo 3.16) ? Ele mesmo responde: E rogo não somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim(Jo 17.20). E isso mostra que o Deus único deseja devoção exclusiva, numa salvação exclusivamente dEle, concluindo, isso ocorrerá através de meios exclusivos que Ele mesmo estabeleceu e que não podem ter sua importância reduzida ou negligenciada.

Mas Deus não deseja a salvação de todas as pessoas (como alguns interpretam erroneamente Jo 3.16; Rm5.15-19; I Tm 2.4; Tt 2.11; II Pedro 3.9)? Se esse é o meio exclusivo e restrito(não é a informação bíblica em si mesma que salva, note bem, ela é o meio e o instrumento para isso) e nem todos tem(e durante muitos séculos não tiveram,como muitos hoje morrem sem ter), então como serão julgados esses “pobres indefesos”? E os pagãos inocentes?

Meu amado não há ninguém inocente nesse mundo pecaminoso(Rm 3.10)! Não há ninguém que não tenha pelo menos uma fagulha de certeza da existência de um Deus(Sl 19.1-4;Rm 1.18-21), Deus não ficou sem testemunho entre os gentios(At. 14.17). Eles estarão perdidos caso não haja missões, é fato.

A salvação é pela graça mediante a fé, mas como haverá fé se não ouvirem a palavra, se Paulo diz que ...a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo (Rm.10.17). Se a palavra de salvação poderia ser misteriosamente absorvida por revelações, pregada por anjos ou efetuada através da revelação geral apenas, por que ele preocupado afirma? Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar(MAS NÃO SE PODE OUVIR FALAR DE FORMA MISTERIOSA A SALVAÇÃO?)? e como ouvirão, se não há quem pregue(E OS ANJOS?)? E como pregarão, se não forem enviados? assim como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam coisas boas!(Rm 10.13-15). E outra vez: Eu pelo evangelho vos gerei em Cristo Jesus (I Co 4.15).

James Denney tinha razão quando via que o homem moderno( não todos e John Wesley foi um exemplo vivo disso) comumente inventava teorias e ideiais teologicos com o proposito de acariciar sua preguiça e negligencia no evangelismo, e tudo sorreateiramente, de forma bem elaborada filosoficamente.

Categoricamente Denney afirou que: Evangelização é o interesse desinteressado de poucos.

Não adianta adocicar essa realidade tão amarga que a Bíblia e a historia testifica durante séculos: o pagão idólatra, feiticeiro e incrédulo padecerá (se não for evangelizado é claro!), não por que não escutou o evangelho apenas, mas por ser um pecador(Rm 6.23) e por que o conhecimento que ele tem sobre Deus(revelação geral) é distorcido por ele mesmo(Rm 1.18-21;2.14).

Essa era a mensagem dos grandes missionários, o impulso das missões na historia da igreja, a chama do testemunho firme da verdade que foi abandonada por muitos que deveriam defendê-la, a gravação com sangue e esforço missionário que atravessou séculos:

“Foram precisos sete anos de trabalho:

Para que Carey conseguisse batizar o primeiro convertido na Índia.

Para que Judson conquistasse o primeiro discípulo na Birmânia.

Para que Morrison levasse a Cristo o primeiro chinês.

Para que Moffat visse as primeiras evidências da operação do Espírito Santo no local onde trabalhava, na África.

Para que Henry Richards ganhasse o primeiro convertido em Banza Manteka”.

( A. J. Gordon)

Referencias bibliográficas:

PRICE, Donald E. (org), Que será dos que nunca ouviram? São Paulo, Vida Nova, 2000.

SANDERS, John (org), E aqueles que nunca ouviram? Três pontos de vista sobre o destino dos não-evangelizados. Paraná, Aleluia, 1999. 168 p.

RAHNER, Karl. Curso Fundamental da Fé. São Paulo, Edições Paulinas, 1989. 531 p.

RICHARDSON, Don. O Testemunho de Deus Através do Mundo, São Paulo, Vida Nova, 1995. 181 p.

BARTH, Karl. Carta aos Romanos, São Paulo, Novo Século. 1999. 854 p.

CALVINO, João. Romanos, São Paulo, Edições Parakletos, 1997. 523 p.

* Os principais expoentes do Pluralismo são: John Hick, Paul Knitter e Stanley J. Samartha; Exclusivismo/Particularismo: Agostinho, João Calvino, Jonathan Edwards, Donald Carson, John Piper, Ajith Fernando, Ronald Nash; Inclusivismo: Tomás de Aquino, Jacobus Arminius, John Wesley, John Henry Newman, C. S Lewis, Clarck Pinnock e John Sanders; Inclusivismo pessimista: J. I. Packer e Millard Erickson;

Agnósticos quanto ao assunto: John Stott, Harold Netland e Don Richardson.

**Entre esses casos o famoso é o liberal John Hick, que foi ministro na Igreja Anglicana. Cansado com o formalismo enfadonho da mesma, se tornou um cristão da Igreja Presbiteriana da Inglaterra, estudando em Edimburgo também era membro na Christian Union, estudou filosofia e se tornou defensor da fé evangélica conservadora. Após sua peregrinação pessoal, passou a se interessar por uma maior flexibilidade e adaptações da teologia e filosofia ao mundo moderno (God Has Many Names, John Hick. Philadelphia: Westmister Press, 1982. 140 p.). Algo parecido também aconteceu com o “ex-calvinista” Clarck Pinnock.





Evandro C. S. Junior



Fortaleza, 26 de Junho de 2010.





terça-feira, 15 de junho de 2010

O Trono de Julgamento - Leonard Ravenhill

Que o Senhor então nos dê mais seridade e comprometimento em nossa vida cristã para encararmos esse inevitavel Dia de Jugamento que virá!

Evandro C.S Junior, 15 de Junho de 2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Vamos fazer um ato profético???



Tamanha a rapidez com que a igreja evangélica brasileira tem sido modificada , que se torna até mesmo difícil acompanhar todas as novas “ondas” americanizadas que invadem a igreja no Brasil desde os mais celebres púlpitos até as menores congregações.

Vemos de tudo: estratégias inúmeras para crescimento de igreja, atos proféticos, dança ungida, dores de parto profética, vomito santo, unção do riso, dente de ouro, lenço ungido, unção de animais, culto temático, boite gospel, motel gospel e etc ( ufa!não dá pra se colocar tudo aqui, pode ser que já tenha aparecido alguma coisa enquanto escrevo agora).

Enfim, qual motivo de tantas novidades? Realmente tudo isso está correto no sentido bíblico? Já ouvi certo pastorneopentecostal( que jura ser um pentecostal clássico; a maioria são assim) criticar fortemente algumas atitudes como copo d’agua em cima da tv, rosa ungida e outros abusos, e ao mesmo tempo o vejo entrando no templo com uma gigantesca replica da arca da aliança, ungindo as ruas do bairro pela manhã, adotando o sistema de “palavra de oferta”(que não passa de persuasão pra comover ou amedrontar os ofertantes ) e mais tantas outras coisas que são invenções de homens.

Já ouvi falar até de uma igreja aqui em Fortaleza que o pastor anunciando o retorno do messias e um novo tempo de milagres para aquela igreja, decidiu entrar na mesma com um jumento(?) e os membros em delírio aplaudiam aquele momento e com lagrimas gritavam HOSANA. Sem falar contudo, de lideres que para marcarem territórios espirituais urinam nas ruas afim de declararem nas regiões celestiais que aquele lugar agora é do Senhor Jesus, em fim ainda há lugares que muitas coisas bizarras permanecem no anonimato.

Vejamos alguns motivos dos que assim fazem:

*Um argumento básico dos que realizam atos proféticos, é que aquelas coisas ali representadas não possuem poder nenhum mas são apenas símbolos.

Resposta: Quanto a esta prática é bom lembrar que ato profético não é mandamento; amar uns aos outros, o decálogo e os preceitos do evangelho sim(Ex 20,Jo 15.12, Rm 13.9, I Ts 4.1), por isso o líder não pode desprestigiar e martirizar no púlpito aquele irmão que não deseja fazê-lo, pois não está pecando ou quebrando mandamento algum.

Quanto ao simbolismo usado como pretexto para tal pratica,eu pergunto: se o propósito é espiritual ou seja invisível e se os objetos ali utilizados não possuem poder em si mesmos, então pra quê se utilizar algo tangível, físico, visível e que possa inspirar mais confiança? Ou não é verdade que o cristão anda por fé e não por vista? Não seria mais bíblico simplesmente orarmos(ou não cremos no poder de uma simples oração)? Acaso Jesus, os apóstolos, e tantos outros cristãos sinceros não oraram simplesmente e grandes coisas aconteceram (Mc6.41;Lc1.31;At.1.14;Tg.5.13)?

O que acontece é que: ORA, a é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. (Hebreus 11 : 1 ABSVD).Mas para o ato profético somente a fé no invisível não basta, é necessário uma espécie de muleta para ajudar a crê, algo para fortalecer a fé vacilante ou coisa assim. Geralmente se nega isso com palavras mas a pratica não nega o fato.

Observemos que o único simbolismo(se podemos chamar assim) que Cristo deixou na igreja foi somente o batismo e a santa ceia (Mt 28.19;I Co 11.23-25).

*A bíblia diz: tudo o que ligares na terra será ligado no céu.

Resposta: Em qual contexto Jesus falou essas palavras, foi por acaso para ensinar os discípulos a urinarem nas ruas, para fazê-los entrar na igreja com uma arca de madeira pintada de ouro nas costas, para ensiná-los a entrar num templo montado num burrico, foi para fazer com que as pessoas ficassem procurando qualquer pingo de “suor ungido” para curá-las e assim aumentar o salário e a fama mundial do poder de Deus na vida dos seusdiscípulos?

Não! Vejamos o texto de Mt 18.15-22 : 15 Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão;

16 Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada.

17 E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.

18 Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.

19 Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus.

20 Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.

A NTLH traduz a palavra ligar por proibir, e o contexto confirma o termo. Mas a proibição de quê? Para a comunhão com a igreja; alias esse é o motivo que Jesus explicou todo o procedimento que a igreja deveria fazer antes de evitar comunhão com esse individuo. Se o mesmo não respondesse com arrependimento, então teria que ser desligado em termos de comunhão (cf. v. 17). Não se trata, como muita gente pensa, que Jesus aqui está entregando um cheque em branco para fazerem tudo o que quiserem utilizando apenas o nome de Jesus como “moeda”. Pelo o contrario, Ele está limitando o “tudo o que ligardes” (v.18) ao próprio contexto de como se deve tratar um irmão culpado.

Também é descrito em Jo 20.23 uma ordem de caráter disciplinar na ação de comunhão e perdão ratificada e abençoada pelo próprio Deus.

*Os personagens bíblicos fizeram, porque não faremos?

O principal motivo para se encontrar diversos problemas doutrinários em um igreja ou movimento, é exatamente uma deficiência na hermenêutica do grupo. Se alguém vê Davi dançando diante da arca, então automaticamente se cria uma DANÇA LITURGICA, porem não se observa que Davi dançou fora do templo, espontaneamente (e na dança litúrgica não há essa espontaneidade, pelo contrario se criam ministérios inteiros de coreografia ensaiada, congressos sobre dança e com um tempo e passos apropriados de acordo com a musica do momento dentro do templo), outro exemplo é quando se vê em At 19.12 o apostolo Paulo através de sus lenços e aventais expulsando demônios e curando enfermidades. Daí então aparecem lideres pingando “suor milagroso” no povo para serem curados, porem, o que não se observa é que o texto diz que os meios ali utilizados não era o suor do homem, mas apenas lenços e aventais, sem falar é claro, que esse texto é o único lugar da bíblia inteira a mencionar isoladamente esse fato.

Fico me perguntando porque os ditos pastores e lideres que seguem essa pratica e estimulam os membros a realizá-las, só seguem exemplos mais convenientes a eles próprios e não fazem “profeticamente” em outros casos.

Por que então não fazem:

- Uma campanha onde o próprio pastor tem que se casar com uma prostituta, conceber dela três filhos (Os 1.2)?

-Um ato profético em que o próprio líder tem que colocar um jugo de boi no pescoço e desfilar pelas ruas da cidade profetizando contra a política de sua cidade(Jr 27.2)?

-Ou um congresso de adoração profética em que os “levitas” matem a espada todo idólatra que encontrarem(Ex 32.28)?

Qual o problema de se fazer essas coisas?Não está na bíblia também? E quanto aos levitas, espiritualmente não são da tribo de Levi? Qual a razão que não fazem certas praticas descritas nas próprias escrituras?

A grande questão é que esses “apóstolos, bispos e pastores” somente fazem (ou na maioria das vezes mandam os seus membros fazerem) aquilo que é conveniente aos seus olhos altivos. Deveriam ser coerentes e praticarem então todos os outros exemplos bíblicos que serviram apenas como um propósito para aquela época, naquela circunstancias e para aquele povo!

*Sempre que realizamos atos proféticos alcançamos resultados.

Aqui está o velho pragmatismo americano disfarçado de piedade e eficiência. O fato é que segundo esse argumento a pergunta que se deve fazer ao se ter uma idéia nova não é: É CERTO? E SIM, DÁ CERTO?

Mas é lógico que o fim nunca justificará os meios. Ainda mais quando contraria a própria palavra de Deus ou não esta expressada de forma explicita em suas paginas.

Satanás sabe muito bem a preocupação com resultados que fascina o homem moderno, e o que ele faz então? Coloca aquilo que mais queremos como algo que deu certo para nos enganar e manter-nos refém do erro religioso. Deus não tem compromisso com quem é apaixonado por resultados e não por Sua santa palavra. Ainda que se tenha orado a Ele por determinada coisa, o Senhor mesmo assim permite tal ação de Satanás para a operação do erro nesses últimos dias.

Esse exagero de doutrinas errôneas que varrem s igrejas, é apenas por um motivo: FALTA DE LEITURA E ESTUDO BIBLICO. O aumento da teologia da prosperidade misturada com a ganância religiosa das massas apelando para curas, propriedades e sucesso em tudo, também tem ajudado esse caos que se concentram numa boa parte de evangélicos hoje. Muitos estão dormentes e tantos outros tem se deliciado nessa onda de prazeres que a falsa religião pode trazer e realmente traz. A minha pergunta sobre isso tudo é: ONDE VAMOS PARAR? E por favor, não me responda...



Evandro C.S.Junior,10 de Junho 2010

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Um chamado para angústia - David Wilkerson

Que o Senhor Jesus no dê um coração que sinta odio pelo pecado, amor pela Sua causa e fixação pela santidade.

NÃO PODEMOS MAIS VIVER UMA VIDA CRISTÃ SEM INTENSIDADE E SEM TRISTEZA PELO PECADO... QUE DEUS TENHA MISERICORDIA DE NÓS!

Evandro C.S Junior, 09 de Junho 2010

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