MESQUITA NETO, Nelson
Ávila (E. T. C. S.).
1 INTRODUÇÃO
Muito tem sido discutido acerca de liderança em nossos
dias. O grande número de livros e artigos escritos a respeito parece não
encontrar paralelo se comparado às décadas passadas. Um senso de insatisfação,
ao que tudo indica, estende-se desde o Planalto Central, em Brasília, até
aquela denominação eclesiástica que teve início há cinco segundos, enquanto
estas linhas eram escritas. Perspectivas acerca do que se deve esperar de um
líder, ou propostas e modelos, os mais variados, para o desenvolvimento de
lideranças “eficazes”, não param de jorrar a todo instante de editoras e
centros de treinamentos “especializados”.
Aparentemente, a grande maioria dos programas
“engessados” de liderança que nos são apresentados, visa resultados
instantâneos, espelhando-se nas mais recentes percepções do mundo empresarial à
nossa volta. “Dá certo?” – revela-se a pergunta mais freqüente quando o assunto
é liderar pessoas. Questões como caráter e integridade parecem já não fazer
mais parte da discussão, sendo absolutamente dispensáveis nos programas
pragmáticos de nossa geração.
Este trabalho se propõe justamente a abordar esta
temática. Entendemos que caráter e integridade, não apenas precisam ser
discutidos, mas são fundamentais. Portanto, iniciaremos procurando estabelecer
aqueles elementos mais básicos e que não podem faltar à definição do termo
“liderança”. Em seguida, apresentaremos um panorama daquilo que nos parece ser
uma incontestável crise de integridade na liderança atual. Por fim,
trabalharemos numa proposta que, longe de ser nova, fundamenta-se nos “meios de
graça” como base para o desenvolvimento de um caráter íntegro – alicerce para
uma liderança verdadeiramente saudável.
Embora muito do que esteja escrito aqui possa ser
aplicado a uma área bem mais ampla em termos de liderança, temos nossas mentes
voltadas especialmente para o campo eclesiástico, por isso, o temor de Paulo, o
de que, “tendo pregado a outros”, não viesse ele mesmo a ser “desqualificado”
(1 Cor. 9:27) [1], permanece
bem diante de nossos corações, e deve ser incentivo para os que se encontram à
frente do povo de Deus
2 MAS, O QUE É UM LÍDER MESMO?
A primeira coisa que deveríamos considerar ao tratarmos sobre liderança é
a seguinte pergunta: “O que faz de alguém um líder?” Com isso estamos indagando
a respeito, não daquela série de qualificações exigidas de quem assume qualquer
papel específico no campo da liderança, como a presidência de uma empresa, a
diretoria de uma escola, a gerência de uma loja, o pastorado de uma igreja etc., mas do quesito básico, uma espécie
de menor irredutível, constituinte de um líder.
Ferreira (2000, p. 426) declara em seu minidicionário que “líder” é um
substantivo masculino que significa “guia; chefe”, e “liderar”, um verbo
transitivo direto que pode ser tomado como “dirigir na condição de líder”, ou
“ser o primeiro em.” Em suma, portanto, um líder seria alguém à frente de
outras pessoas, presidindo-as ou conduzindo-as rumo a algum lugar ou objetivo. Isto
parece estar de acordo com a opinião de MacArthur (2009, p. 8), o qual afirma
que “um verdadeiro líder inspira seguidores.” E acrescenta: “Aquele que não tem
seguidores dificilmente pode ser chamado de líder”, visto que, em suas
palavras, “[...] liderança é influência”.
Assim, um líder que não influencia alguém, nem inspira qualquer um a
segui-lo, logicamente não terá a quem guiar e nem sobre quem presidir, tornando,
por definição, inválida a atribuição da palavra “líder” a si mesmo, embora em
nossos dias já tenhamos escutado alguns defendendo idéias como “seja líder de
si mesmo” e outros jargões do “mercado” de auto-ajuda.[2]
Agora, alguém poderia questionar:
“Então, tudo que é necessário para ser um líder é influenciar pessoas e ter
seguidores?” Nossa resposta é “sim”, pois é exatamente isto que a palavra líder
significa; qualquer um nesta condição pode reivindicar o direito de chamar-se
líder. Todavia, a indagação que deve levantar-se aqui não é tanto a respeito da
distinção entre um líder e um não-líder, mas entre um líder bom e um líder
ruim. Jin Jones foi um líder extremamente persuasivo, contudo não foi um bom
líder; o fruto de seu ministério foi o acontecimento de 18 de Novembro de 1978 em
Jonestown, na Guiana, que ficou conhecido como o maior suicídio em massa dos
tempos modernos, onde 909 membros do “Templo do Povo” tiveram suas vidas
ceifadas ao seu comando. Então, o que faz de alguém um bom líder?
Embora tenhamos usado o exemplo de Jin Jones, por ser um modelo negativo
bem extremo de um líder, não nos deteremos em casos como o dele, onde um
emaranhado de outras questões, muitas delas psicológicas, poderia ter lugar.
Nosso caso é bem mais simples, e busca avaliar uma liderança saudável em termos
de integridade, sendo esta resultante de um bom caráter.
MacArthur declara que “o líder ideal é alguém cuja
vida e cujo caráter motivam as pessoas a seguirem seu exemplo” (2009, p. 8).
Isto é absolutamente verdade. Muitos que ocupam papéis de liderança em grandes
empresas possuem currículos invejáveis, e mesmo que consigam certo número de
resultados positivos, estão muito aquém do que poderiam obter por meio de um
simples exemplo de integridade pessoal. O problema é que “muito da ‘liderança’
do mundo não passa de manipulação das pessoas por meio de ameaças e
recompensas” (MACARTHUR, 2009, p. 8). Desta maneira, os liderados obedecem por
pura obrigação e de má vontade, estando dispostos a serem negligentes nas áreas
em que os próprios líderes apresentam-se vulneráveis. Não é incomum ouvirmos
pessoas retrucando acerca de seus superiores: “Se ele que é o maior interessado
não faz, ou não se preocupa, por que eu deveria?” Este é o reflexo claro de
alguém que não está comprometido com a causa pela falta de exemplo. Por isso,
“o melhor tipo de liderança tira sua autoridade primeiro da força de um exemplo
justo e não meramente do poder de prestígio, personalidade ou posição”
(MACARTHUR, 2009, p. 8). Uma autoridade que se alicerça sobre um caráter
íntegro que lidera pelo exemplo, chama seus liderados ao comprometimento
voluntário, ao conduzi-los a um padrão que encontram no próprio líder e não a
um padrão intangível e inalcançável, conquistando respeito, autoridade e
gerando maior produtividade.
Temos falado em liderar por
meio de exemplo, exemplo este que é reflexo de caráter e integridade pessoal, mas,
o que queremos dizer por “caráter e integridade pessoal”? Esta é uma pergunta
pertinente. MacArthur aponta para uma dificuldade por trás deste questionamento
ao afirmar: “O problema é que vivemos numa era em que a própria definição de caráter ficou indistinta. As pessoas
lamentam a perda de integridade em termos gerais, mas poucos têm alguma idéia
clara do que a ‘integridade’ mais requer.” Aqui tomaremos ambos os termos,
caráter e integridade, como intercambiáveis e sinônimos, apontando para uma
postura ética e moral que se fundamenta, acima de qualquer convenção social, na
eterna, imutável, autoritativa e inerrante Palavra de Deus, e busca viver de
acordo com o padrão estabelecido por esta.
Embora muito do que se tenha dito acima possa ser
aplicado à liderança de um modo geral, estamos interessados em estabelecer aqui
um padrão para o líder cristão, independente de se o seu círculo de atuação se
desenvolve na igreja ou num ambiente secular. Talvez algum líder não-cristão
possa identificar-se com o descrito, visto que por vezes mesmo aqueles que não
possuem “lei”, acabam procedendo “de conformidade com a lei”, em virtude da
“norma da lei gravada” em seus corações (Rom 2:14, 15). Porém, somente o líder
cristão tomará conscientemente as Sagradas Escrituras para abalizá-lo.
3 A CRISE DE INTEGRIDADE NA LIDERANÇA
Um clamor por líderes íntegros, às vezes até inconsciente, é claramente
perceptível em nossos dias. As pessoas estão gritando por justiça diante da
grande corrupção que se tem alastrado praticamente por toda a esfera ocupada
por aqueles em posição de autoridade; embora seja bem verdade que este clamor
esteja permeado também por excessivas doses de hipocrisia, visto que os que protestam,
não raro, enquanto o fazem corrompem a si mesmos na primeira oportunidade de
benefício próprio que encontram.
De acordo com MacArthur, “A integridade pessoal, aparentemente, não é
mais uma exigência para o ofício político” (2009, p. 15), e poderíamos estender
esta afirmação para bem mais do que apenas o âmbito político. Mas, por que tem
sido tão difícil encontrar líderes de caráter?
MacArthur faz uma breve análise do baixo padrão moral de nossa sociedade,
capacitando-nos a enxergar um mecanismo criado por ela mesma que milita contra
qualquer tentativa de um crescente desenvolvimento de caráter e integridade:
A nossa é a primeira sociedade desde o decadente
império romano que regulariza a homossexualidade. Nós estamos vivendo na
primeira geração em centenas de anos que legalizou o aborto. O adultério e o
divórcio são epidêmicos. A pornografia é agora uma indústria enorme e um
empecilho principal no caráter moral da sociedade. Praticamente mais nenhum
padrão moral ou ético claro é aceito. Não é à-toa que é difícil encontrar
integridade pessoal inflexível (2009, p. 16).
As bandeiras da pós-modernidade são a tolerância e o relativismo. O
relativismo destrói qualquer padrão moral e ético para julgamento do que quer
que seja, visto que a própria verdade, a verdade absoluta, tem sua existência
aniquilada, sendo substituída por um incontável número de opiniões, as mais
variadas, que recebem agora igualmente o status
de “verdade”, vago pela ausência da primeira.
A “tolerância” nos diz que se deve “1. Ser indulgente [condescendente,
complacente] para com. [Bem como] 2. Consentir tacitamente [silencioso,
calado]” (FERREIRA, 2000, p. 675). [3] Com
isso, nossos julgamentos e críticas devem restringir-se as nossas próprias
visões e “verdades”, resguardando as dos outros como plenamente válidas. Desta
maneira, o que quer que satisfaça os ímpetos de alguém, independente de quão
moralmente decadente possa parecer, como a abertura de casas para a troca de
casais, o incentivo a fornicação por meio da distribuição de preservativos à
adolescentes para “sexo seguro” e a regulamentação da prostituição como
profissão, deve ser simplesmente aceito.
Aos que se levantam em protesto, tachando-nos de radicais, e apontando
para o assassinato, o roubo, o excesso de velocidade etc. como crimes punidos pela lei que restringem a ação dos homens,
impedindo que os ímpetos maus de alguém sejam irrestritamente satisfeitos, indagamos
a respeito da base objetiva sobre a qual se fundamentam tais proibições. Alguns
lançarão mão da subjetiva “vontade” da maioria em detrimento da “vontade” da
minoria, mas isto despedaça completamente a propaganda pluralista do
relativismo e da tolerância, sem falar que o problema torna-se ainda maior: “Com
a crescente onda de violência e promiscuidade, o que nos garante então que a
maioria vai continuar defendendo o assassinato, o roubo, a pedofilia etc., como crimes dignos de punição?” A
união homossexual era matéria absolutamente inconcebível até bem pouco tempo
atrás, porém já é regulamentada por lei em diversos lugares. O aborto já foi
defendido em campanha eleitoral pela presidenta Dilma V. Rousseff [4], e
mesmo a regulamentação da maconha encontrou no ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso[5] um
ferrenho defensor. Quem nos garante que o próximo passo não será a legalização
da pedofilia? Sem um alto padrão objetivo ético e moral para orientar as
relações neste mundo de pecado e morte, estaremos completamente desprotegidos.
Infelizmente, a crise não afeta apenas o ambiente extra-eclesiástico. Muitos
daqueles que se apresentam como líderes do povo de Deus, e, portanto, deveriam
ser verdadeiros estandartes para onde as pessoas neste mundo caído poderiam
olhar e encontrar o que realmente significam caráter, justiça, integridade,
santidade etc., são testemunhos vivos
exatamente do contrário, propagando o mesmo tipo de mentalidade mundana que
permeia toda a sociedade hodierna; abandonando o alto padrão apresentado na
Bíblia e abalizando-se pelos ditames da cultura vigente.
MacArthur Jr. declara que “é espantoso como a maioria das igrejas
escolhem sua liderança. Elas selecionam pessoas que sejam mais bem sucedidas
nos negócios, que tenham mais para dizer, e que tenham mais dinheiro” (1991, p.
103) [6]. Ele
acrescenta: “Um homem não deve ser um líder na igreja porque é um bem-sucedido
homem de negócios, tem habilidade inata para liderança, ou é um super vendedor.
Ele deve ser um líder porque ele é um homem de Deus. Este é o princípio da efetividade
na igreja” (1991, p. 104) [7].
Todavia, quão ignorado tem sido este princípio e quanto estrago tem sido
causado por fecharmos os olhos para o que a Palavra de Deus nos ensina tão
claramente em passagens como 1 Timóteo 3:1-13 e Tito 1:5-9.
Romeiro (1999) deu o seguinte título a um de seus livros: “Evangélicos em
crise: decadência doutrinária na igreja brasileira”. Este expressa bem a
realidade vivida na maior parte daquilo que hoje se chama igreja.
Neste livro, Romeiro nos apresenta a falta de discernimento do
“evangelicalismo” brasileiro, dando exemplos, ainda, de líderes eclesiásticos que
sustentam os mesmos baixos padrões morais de nossa sociedade corrompida, como
no caso de Nehemias Marien, o qual afirma “[...] ser pastor presbiteriano da
primeira igreja ecumênica do Brasil” (1999, p. 20) e defende abertamente que
“na homossexualidade se pratica o amor liberto de todas as formas de
preconceitos, numa entrega plena e sem restrições. Por isso mesmo mais puro e
sincero” (1999, pp.22, 23); alegando que “o homossexualismo é uma prática de
amor (...). [E por isso] A igreja não tem o direito de sonegar a bênção divina
a duas almas gêmeas, não necessariamente macho e fêmea, quando estas se
encontram no amor” (1999, p. 23).
Romeiro escreve que “Nehemias Marien não é o primeiro a publicar tais
abominações” (1999, p. 23), e aponta para John Shelby Spong, “bispo de uma
igreja episcopal nos Estados Unidos”, como alguém que defendera posições
semelhantes, tendo chegado mesmo a declarar “[...] sem hesitação: ‘Eu espero
ser usado por Deus para introduzir o homossexualismo na Igreja evangélica”
(1999, p. 23). Mais recentemente, pode-se falar ainda a respeito das
declarações do Pr. Ricardo Gondim [8],
líder da Igreja Betesda, que chocaram o mundo evangélico ao serem interpretadas
como apoio a causa homossexual.
A crise é tão alarmante que mesmo posições como o aborto têm encontrado
guarida em círculos eclesiásticos modernos. Seu maior defensor no Brasil talvez
seja o cabeça da Igreja Universal do Reino de Deus, bispo Macedo, que a
despeito do título “Igreja”, é considerada pelos conservadores como uma seita
neopentecostal, embora vista pelos leigos, ou mal intencionados, como legítima comungante
do movimento evangélico.
Não bastassem todas estas coisas, ainda temos os escândalos morais, na
maioria deles envolvendo lavagem de dinheiro e sonegação de impostos, crimes
dos quais foram acusados o já mencionado bispo Macedo[9], e
os líderes da igreja Renascer, Estevão e Sônia Hernandes [10],
os quais chegaram até a ser presos nos Estados Unidos. Outros escândalos no
âmbito moral geralmente dizem respeito a casos de infidelidade conjugal, como
no famoso episódio do então Pastor presbiteriano Caio Fábio [11], em
1999, hoje líder do “Caminho da Graça”, e do televangelista internacional Jimmy
Swaggart, o qual confessou em seu programa de televisão ter pecado, após Marvin
Gorman, também televangelista, ter entregue “[...] aos oficiais da igreja
fotografias de Jimmy Swaggart do lado de fora de um motel com uma prostituta” (CARTER
e TRULL, 2010, p. 92). O curioso nesse caso é que o próprio Gorman, durante um
processo contra Swaggart, também admitiu ter praticado “[...] um único ‘ato
imoral’ com uma mulher” (CARTER e TRULL, 2010, p. 92).
O divórcio, já tido por natural na cultura ocidental, vem a algum tempo
conquistando espaço também nos círculos ditos “evangélicos”. Aparentemente, não
é muito difícil encontrar pastores que já estejam no segundo ou mesmo no
terceiro casamento. A prescrição de Paulo, de que o líder deve ser “esposo de
uma só mulher” (1 Tim. 3:2; Tit. 1:6), tem sido completamente relativizada. A
este respeito, Lopes (2008, p. 136) aponta para pelo menos três problemas
enfrentados pelos ministros divorciados: a) Ele expressa não saber “[...] como
pastores que enfrentam a separação, o divórcio, um novo casamento e a adaptação
à nova realidade (se tiver filhos é ainda mais difícil) encontram tranqüilidade
para pastorear, ao mesmo tempo em que vivem as angústias da crise”; b) “O
segundo ponto é o exemplo, para os filhos, se houver, e para os casais da
igreja pastoreada”, o qual, para não dizer algo pior, fica extremamente
arranhado; c) O terceiro, por fim, “[...] é a questão da autoridade. [...] Qual
a autoridade de um pastor divorciado já pela segunda ou terceira vez para
exortar os maridos da sua igreja a amar a esposa e a se sacrificar por ela?”
Questiona Lopes.
Por uma série de razões como as supracitadas, Romeiro (1999, p.18)
escreveu: “Temos hoje uma necessidade urgente de mais líderes que nos sirvam
como modelos de oração, piedade e integridade. É claro que não são todos, mas
há vários precisando muito mais de receber ministração do que em condições de
ministrar.” No mesmo tom de lamento, Fernando (2003, pp. 35, 36) declarou:
Temo que o comportamento da presente geração de
líderes cristãos seja tal que estejamos indo dar à próxima geração um exemplo
muito pobre de piedade. Se não detivermos esta tendência, poderemos ser
responsáveis por uma erupção de cinismo na geração mais jovem, onde as
doutrinas não mais são honradas porque os líderes da primeira geração não
adornaram a doutrina com vidas santas (Tit. 2:10). [12]
Embora este mundo não seja tão ruim quanto o potencial que ele detém, e
isto se deve aos freios da graça de Deus apenas, o abandono da Palavra de Deus
como única regra de fé e prática para a sociedade, e mesmo dentro da própria
igreja, e a inclusão de padrões humanos inferiores, tornou possível a
construção de uma cultura degradante e, conseqüentemente, a erupção de uma incontestável
crise de caráter e integridade que assolam nossa era, principalmente no que diz
respeito à liderança, a qual deveria apresentar-se como o espelho do povo que a
segue. A pergunta que se levanta então é: “O que fazer para vencer a crise?”
4 NADANDO CONTRA A MARÉ
Muitas pessoas hoje estão dispostas a admitir a crise de liderança em
nossa sociedade; são sinceros ao avaliar suas próprias falhas de caráter e
pecados pessoais, porém, sinceridade apenas não é suficiente. Lidório (2008,
p.17) afirma que “a grande diferença entre sinceridade e integridade é a
obediência. Enquanto a primeira reconhece suas falhas e erros, a segunda se
contorce incomodada por concerto e transformação. A integridade [portanto] vai
além da sinceridade”. Assim, o primeiro desafio do líder cristão é batalhar por
integridade.
De acordo com Lidório (2008, p. 9), na Palavra de Deus, “[...] a oração
mais marcante na busca pela integridade talvez tenha sido a proferida pelo
salmista, quando clamou: ‘Sonda-me, ó
Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há
em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno’” (Sal. 139:23, 24).
Para ele, esta oração “[...] reconhece a nossa incapacidade de autoconhecimento
e que, portanto, precisamos de Deus para nos sondar. Reconhece também a
incapacidade humana de discernir os caminhos, ou de fazer a escolha certa entre
o caminho mau e o caminho eterno” (2008, pp. 9, 10). Lidório arremata afirmando
que “necessitamos de Deus para nos guiar.” E acrescenta: “Essa oração expressa
as áreas da vida em que a luta se trava. Não é nos palácios ou nas ruas, mas no
coração e nos pensamentos. Precisamos de Deus para nos provar. ‘Guia-me pelo
caminho eterno’ deve ser o nosso pedido a cada nova manhã” (2008, p. 10).
Tal visão vai na contra-mão do que nos é proposto na atualidade. Longe de
clamar a Deus por uma mudança em nosso caráter, que pode ser demorada e
dolorosa, as pessoas estão em busca de soluções rápidas e fáceis. “Nossa
cultura hoje está clamando por soluções pragmáticas, fórmulas confortáveis,
programas de três passos, quatro passos, ou doze passos para responder a toda
necessidade humana” (MACARTHUR, 2009, p. 10), porém, “[...] a liderança não é
tanto sobre estilo ou técnica quanto é sobre caráter” (MACARTHUR, 2009, p. 8).
MacArthur expressou esta verdade de uma outra maneira:
[...] o caráter – não estilo, não técnica, não
metodologia, mas caráter – é o
verdadeiro teste bíblico em relação à liderança notável. A organização
empresarial é maravilhosa, porém o empresário sem caráter mais qualificado no
mundo não é nenhum líder genuíno. Planejamento estratégico é importante, mas se
você não tiver líderes que as pessoas seguirão, seu plano estratégico falhará.
A clareza de uma declaração proposta bem traçada é crucial, mas o verdadeiro
líder espiritual tem de ir além de esclarecer somente o foco das pessoas. O
líder autêntico é um exemplo para seguir
(2009, p. 11).
Assim, “[...] um escravo humilde de caráter inatacável é mais
satisfatório para liderança espiritual que um magnata empresarial cuja
integridade é questionável” (MACARTHUR, 2009, p. 150). Por isso, MacArthur
afirma: “Um homem é qualificado para esta posição por causa do que ele é, não meramente por causa do que ele faz. A ênfase está sempre no caráter
mais do que na habilidade. A pureza, não a personalidade, é a questão
fundamental” (2009, p. 150).
Lidório destaca que “a integridade, bem como outras virtudes cristãs,
precisa ser construída” (2008, p. 15). Nossa pergunta, então, deve ser o que
podemos fazer para cultivarmos um caráter integro à semelhança do que
encontramos na Palavra de Deus, e que fora cabalmente exemplificado, na prática,
pela própria vida santa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo?
Deus proveu para o Seu povo meios pelos quais podemos trabalhar nosso
caráter. Os assim chamados “meios de graça”, são, em resumo, a oração, a
Palavra e as ordenanças (ou sacramentos). Estes estão à nossa disposição e
devem ser empregados por nós.
4.1 Oração
Embora já tenhamos falado um pouco sobre a necessidade de clamarmos a
Deus para nos sondar e apontar nossos caminhos maus, afim de que possamos ser
guiados rumo ao caminho eterno, cremos que algo mais precise ser dito a
respeito da oração.
Os afazeres da vida geralmente têm conduzido muitos líderes a
negligenciarem seus momentos de oração. Na verdade, até mesmo grandes homens de
Deus, doutores em muitas das diversas áreas do escopo teológico, quando tratam
da oração continuamente descrevem-se como pequenos aprendizes. Miller (2004, p.
25) declara que até mesmo o príncipe dos pregadores, Charles H. Spurgeon,
“[...] dono de grande experiência nessa prática, incluía-se entre os que se
sentem pouco à vontade com essa disciplina espiritual. Em determinado momento,
ele chegou a dizer: ‘Em geral, sinto-me mais insatisfeito com minhas orações do
que com qualquer outra coisa que faça’”.
Declarações como esta, vindas de um homem como Spurgeon, pode nos trazer
algum conforto quando encaramos nossa própria luta com a oração, porém não
devemos transformar este conforto em licença para a passividade. O próprio
Spurgeon (2002, p. 70) declarou: “O ministro que não ora fervorosamente pela
obra que realiza, só pode ser um homem fútil e vaidoso. Age como que se
considerando auto-suficiente, e, portanto, como se não precisasse apelar para
Deus.” Em outro lugar ele exclamou: “Creio que encontraremos menos falhas no
ministério quando houver mais crentes a sós com Deus em oração” (apud MILLER, 2004, p. 31). Em certa
ocasião Spurgeon (apud MILLER, 2004,
p. 31) lamentou: “Se fôssemos mais fortes e vigorosos na oração, mais
fervorosos em nosso coração, mais virtuosos na vida, quem saberia dizer que
efeito exerceríamos sobre nossa época”. Ah, se este lamento ardesse nos
corações dos líderes de nossos dias! O próprio Senhor Jesus era constante na
prática de orações. O autor aos Hebreus diz que “nos dias da sua carne”, Jesus
ofereceu, “com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia
livrar da morte” (Heb. 5:7). Ele também foi responsável por ensinar seus
discípulos a orar (Mat. 6:9-13; Luc. 11:2-4), instruindo-os a pedir livramento
das tentações. A oração é responsável por boa parte do trabalho de lapidação de
um caráter, visto que nos coloca bem diante do Deus que é Santo, Santo e Santo.
4.2 A Palavra
Paulo registrou: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, afim de
que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa
obra” (2 Tim. 3:16-17). Desta maneira, a leitura da Palavra é requisito
indispensável para qualquer um que almeje crescimento espiritual, pois ela é
plenamente suficiente para o aperfeiçoamento do homem de Deus. Isto é ainda
mais imprescindível ao ministro cristão, o qual é responsável pelo ensino da
mesma.
Paulo escreveu a Timóteo que o bispo, isto é, o pastor [13],
deve ser “apto a ensinar” (1 Tim. 3:2). Sanders (1985, p. 34) afirma que “mental
e espiritualmente, o líder deve ter
capacidade para ensinar”, e acrescenta: “Se ele [o líder] deseja ensinar,
deve primeiro tornar-se um estudioso das Escrituras.” Citando H. A. Kent,
Sanders (1985, p. 34) escreve: “Nenhum homem que se mostre incapaz de ser bem
sucedido no ensino está capacitado para a liderança espiritual”.
Em sua interpretação de “apto a ensinar”, Sanders (1985, p. 34) explica
ainda que “a palavra não implica apenas na habilidade mas também em disposição
para ensinar; um desejo veemente, quase compulsivo, de compartilhar com outros
as verdades que o Espírito Santo lhe ensinou, a partir das Escrituras”.
Enquanto que a leitura diária das Escrituras o vai auxiliando a
desenvolver um caráter íntegro, sua posição como líder e expositor das
Escrituras deve pressupor seu progresso no caminho da santificação. Como
Sanders bem expressa: “O líder espiritual é responsável pelo ensino àqueles que
estão sob seus cuidados, em grau maior ou menor, e seu ensino deve ter o
suporte de uma vida inculpável” (1985, p. 34), ou seja, deve implicar em
integridade de caráter. A Palavra é o martelo do Espírito na forja de um
caráter. Pregá-la e não vivê-la é uma brutal contradição.
4.3 As ordenanças
Na tradição protestante são consideradas ordenanças, ou sacramentos, os
dois mandamentos que Cristo nos deixou, a saber, o batismo (Mat. 28:19) e a
Santa Ceia (Luc. 22:19-20; 1 Cor. 11:23-25). No batismo somos sepultados com
Cristo em Sua morte e ressuscitamos com Ele para andarmos em novidade de vida
(Rom. 6:4). Assim, Ware (In WRIGHT,
2009, p. 41) declara:
Uma área onde a maioria dos credobatistas e dos
pedobatistas concorda é esta: o batismo é o sinal e o selo da nova aliança,
inaugurada pela morte e ressurreição de Cristo, significando a promessa para o
batizado de que os pecados são perdoados, de que a nova vida em Cristo é
recebida, e de que Deus dá a pessoa um novo coração e a habitação do Espírito
Santo, pela fé.[14]
Em outras palavras, é a exteriorização de um ato operado por Deus no
interior do crente; “[...] é um sinal de fé [o aspecto subjetivo da profissão de
fé do batizando], mas, em adição, é um sinal de em quê aquela fé está confiando
[o aspecto objetivo da obra de Cristo realizada em Sua morte e na ressurreição]”
(WARE in WRIGHT, 2009, p. 73) [15].
Desta forma, os ministros e líderes cristãos deveriam trazer à mente a
realidade do batismo sempre que a tentação se apresentar buscando corromper seu
caráter, ou seja, deveriam rememorar aquilo que professaram ao batizar-se, de
que estavam crucificando seu “velho homem” (Rom. 6:6), morrendo “para o pecado”
e ressuscitando a fim de viver “para Deus” (Rom. 6:10), e a obra realizada por
Cristo em seus lugares, sobre a qual estão fundamentados seus batismos.
Do mesmo modo, a respeito da Ceia do Senhor, o Puritano Thomas Doolittle
(1630-1707) escreveu: “O fim é dado pelo qual nós devemos nos aproximar da Mesa
do Senhor: ‘Fazei isto em memória de Mim.’ Sempre que celebramos a Ceia do
Senhor, nós comemoramos a morte do Senhor” (1998, p. 4) [16].
Doolittle (1998, p. 4) diz ainda que “está de acordo com a mente de Cristo que
os crentes na Ceia do Senhor deveriam fazer uma aplicação particular dEle
próprio, e dos frutos de Sua morte e sofrimentos, a si mesmos.” [17]
Segundo ele, “Um crente poderia pegar o pão e dizer, ‘O Senhor Jesus morreu por
mim.’ E ele poderia tomar o vinho e dizer, ‘Cristo Jesus derramou seu sangue
por mim’” (DOOLITTLE, 1998, p. 4) [18].
Assim, somos relembrados na ceia do grande sacrifício que Cristo fez por nós.
Cristo foi pregado numa cruz para que tivéssemos vida. Ele “foi traspassado
pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos
traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isa. 53:5).
Se os sacramentos apontam para a realidade da morte e ressurreição de Cristo
e se entendemos que isto foi feito por nós e em nosso lugar, devemos viver “por
modo digno de Deus”, que nos chamou “para o seu reino e glória” (1 Tes. 2:12).
Esta é uma verdade para todos os crentes, mas principalmente para os que estão
em posição de destaque e autoridade.
4.4 O alto padrão
Diferentemente do que se é exigido dos que ocupam cargos de chefia na
sociedade, o padrão de liderança estabelecido na Palavra de Deus é muito
elevado. O ministro deve ser “irrepreensível” (Tit. 1:6, 7; 1 Tim. 3:2),
“marido de uma só mulher” (Tit. 1:6; 1 Tim. 3:2), deve governar “bem a própria
casa” (1 Tim. 3:4) e ter “filhos crentes” (Tit. 1:6), criados “sob disciplina,
com todo o respeito” (1 Tim. 3:4), de modo que não sejam “acusados de
dissolução”, nem sejam “insubordinados” (Tit. 1:6); o líder não deve ser “neófito”
(1 Tim. 3:6), nem “arrogante” (Tit. 1:7), nem “irascível” (Tit. 1:7), nem “dado
ao vinho” (Tit. 1:7; 1 Tim. 3:3), “nem violento” (Tit. 1:7; 1 Tim. 3:3), “nem
cobiçoso de torpe ganância” (Tit. 1:7), “antes, hospitaleiro” (Tit. 1:8; 1 Tim.
3:2), “cordato” (1 Tim. 3:3), “amigo do bem” (Tit. 1:8) e “inimigo de contendas”
(1 Tim. 3:3), “sóbrio” (Tit. 1:8; 1 Tim. 3:2), “modesto” (1 Tim. 3:2), “justo”
(Tit. 1:8), “piedoso” (Tit. 1:8), tendo “domínio de si” (Tit. 1:8) e sendo “temperante”
(1 Tim. 3:2), “apto para ensinar” (1 Tim. 3:2) e “apegado à palavra fiel, que é
segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino
como para convencer os que o contradizem” (Tit. 1:9). Talvez um resumo de tudo
isso seja o mandamento do apóstolo Paulo de que deveríamos seguir o seu exemplo
de imitar a Cristo (1 Cor. 11:1), visto que Ele, Cristo, traz em si toda a
plenitude da virtude. Por fim, o líder deve ser imitador até mesmo do próprio
Deus-Pai (Efé. 5:1).
Diante disso MacArthur indaga: “Por que esse alto padrão?” Ao que ele
mesmo responde: “Porque tudo o que os líderes são as pessoas se tornam”, visto
que “líderes espirituais estabelecem o exemplo para outros seguirem” (2009, p.
150). Lidório diz que um pastor amigo seu “[...] percebia, entre outras coisas
importantes, que nenhum homem vai além do seu caráter. E entendia o perigo de
se desenvolver uma liderança ou uma reputação sem um caráter íntegro como
fundamento” (2008, p. 15). Semelhantemente, no que diz respeito aos liderados,
MacArthur afirma: “As pessoas não subirão acima do nível espiritual da sua
liderança” (2009, p. 150). Como disse Jesus, “o discípulo não está acima do seu
mestre” (Luc. 6:40). E o profeta Oséias também declarou algo similar, “como é o
povo, assim é o sacerdote” (Osé. 4:9).
Temos visto como desenvolver um caráter íntegro através do uso dos “meios
de graça” que Deus confiou ao Seu povo, buscando o Senhor em oração, aprendendo
dEle na Palavra e trazendo à memória, através das ordenanças, aquilo que Cristo
fez por nós em Sua morte e ressurreição. Vimos ainda o alto padrão exigido
daqueles em posição de liderança, visto que estes servem de modelo aos que se
encontram sob sua influência. Precisamos, por fim, relembrar que todos nós prestaremos
contas a Deus no dia em que Ele vier julgar as nações. “Àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem
muito se confia, muito mais lhe pedirão” (Luc. 12:48). Em toda esta
crise atual, pode-se encontrar pelo menos um lado positivo. As pessoas estarão
prontas para seguir aqueles em quem elas puderem confiar, e este será,
certamente, o líder de caráter. Quão reprováveis seremos nós se, tendo esta
oportunidade nas mãos, negligenciarmos nosso dever de apresentarmo-nos como “sal e luz” (Mat. 5:13-14) diante desta geração insípida
e que anda em trevas.
5 CONCLUSÃO
Concluímos, portanto, afirmando que se um líder quer de fato obter
resultados, deve inspirar pessoas a seguir seu exemplo, e isto só será
alcançado por meio da demonstração de um caráter íntegro em que os liderados
sentem-se à vontade para confiar. Isto se aplica à todas as áreas da liderança
e ainda mais especialmente à liderança eclesiástica, onde caráter e integridade
não são opção, mas dever.
A partir de uma perspectiva meramente humana, devemos reconhecer que
somos falhos e pecadores demais para cumprir perfeitamente as exigências da
perfeita e santa Palavra de Deus, todavia, não podemos descansar de batalhar
por santidade, fazendo uso dos maios de graça que o Senhor nos deixou, para
que, de algum modo, possamos refletir a glória daquele a quem seguimos.
A exortação de Paulo à Timóteo, o jovem líder em formação, deve ser
dirigida a nós também: “Tu, porém, ó homem de Deus, foge” de uma vida de
pecados, e “segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão.
Combate o bom combate” e “guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até a
manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tim. 6:11, 12, 14). Líder,
“mantém o padrão das sãs palavras” (2 Tim. 1:13).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARTER, J. E.; TRULL, J. E. Ética ministerial: um guia para a formação moral de líderes
cristãos. São Paulo: Vida Nova, 2010.
DOOLITTLE,
T. A treatise concerning the Lord’s
Supper. Morgan: Soli Deo Gloria Publications, 1998.
FERNANDO,
A. Jesus driven ministry. Leicester : Inter-Varsity Press, 2003.
FERREIRA, A. B. H. Miniaurélio
século XXI escolar: o minidicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2000.
LIDÓRIO, R. Liderança
e integridade. Belo Horizonte: Betânia, 2008.
LOPES, A. N. O que
estão fazendo com a Igreja: ascensão e queda do movimento evangélico
brasileiro. São Paulo: Mundo Cristão, 2008.
MACARTHUR, J. O livro
sobre liderança. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.
MACARTHUR
JR., J. F. The Master’s plan for the
church. Chicago :
Moody Press, 1991.
MILLER, S. Liderança
espiritual segundo Spurgeon. São Paulo: Editora Vida, 2004.
ROMEIRO, P. Evangélicos
em crise: decadência doutrinária na igreja brasileira. São Paulo: Mundo
Cristão, 1999.
SANDERS, J. O. Liderança
espiritual: guia das virtudes essenciais. São Paulo: Mundo Cristão, 1985.
SPURGEON, C. H. Lições
aos meus alunos: homilética e teologia pastoral, vol. 2. São Paulo:
Publicações Evangélicas Selecionadas, 2002.
WRIGHT, D.
F. (Ed.). Baptism: three views. Downers Grove : InterVarsity Press, 2009.
[1]
Todas as citações bíblicas, com exceção das expressamente identificadas, foram
retiradas da versão Almeida Revista e Atualizada (2 ed. Barueri: Sociedade
Bíblica do Brasil, 2009), doravante ARA.
[2] A
pergunta que se levanta é a seguinte: alguém que esteja lendo um livro como
“Seja líder de si mesmo” não estaria sendo liderado pelo autor ao invés de por
si mesmo? Em outras palavras, terminando a leitura alguém estaria realmente
capacitado a ser um líder de si mesmo, ou, ao seguir os conselhos de um livro
tal, as pessoas simplesmente caminhariam conforme as prescrições do autor, o
verdadeiro líder?
[3]
Embora o dicionário (FERREIRA, 2000) apresente um terceiro significado para
“tolerar” (p. 675) como “suportar”, ele deixa claro que este suportar (p. 654)
é num sentido de “Sustentar”, como “Segurar para que não caia; suster;
suportar” (p. 656), o que seria algo como “dar suporte a”, o que propaga a
idéia de que ser tolerante é apoiar a opinião do próximo sem exercer
julgamento.
[4] Em
sua página na internet, a redação do UCHO.INFO:
a marca da notícia, publicou no dia 13/02/2012: “Durante a campanha
presidencial, em 2010, Dilma defendeu a tese de que o aborto deve ser tratado
como questão de saúde pública.” Na mesma matéria, é citada uma declaração feita
em 2004 por Eleonora Menicucci de Oliveira, atual Ministra da Secretaria de
Políticas para as Mulheres, onde ela declara: “Estive também fazendo um
treinamento de aborto na Colômbia. Era nas Clínicas de Aborto. A gente aprendia
a fazer aborto.” (In:
,
acesso em 22/05/2012 às 15:31 hs.).
[5] Em
um documentário conduzido pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e
exibido no programa “Fantástico”, da Rede Glogo, a apologia à legalização da
maconha ganhou audiência nacional. O “Fantástico” declara ter aberto votação
entre os telespectadores para mensurar a opinião a respeito e alega que “57%
dos telespectadores que votaram defenderam que o consumo deve ser permitido e
regulamentado.” (In: , acesso em 22/05/2012 às
15:47 hs.)
[6] It`s amazing how most churches
choose their leadership. They select people who are the most successful in
business, who have the most to say, and who have the most money.
[7] A man is not to be a leader in the
church because He is a successful businessman, has innate leadership ability,
or is a supersalesman. He is to be a leader because he is a man of God. That is
the beginning of effectiveness in the church.
[8] Em
entrevista a CARTA CAPITAL, quando
perguntado se era “[...] a favor da união civil entre homossexuais”, Gondim
respondeu: “Sou a favor. O Brasil é um país laico. Minhas convicções de fé não
podem influenciar, tampouco atropelar o direito de outros. Temos de respeitar
as necessidades e aspirações que surgem a partir de outra realidade social. A
comunidade gay aspira por relacionamentos juridicamente estáveis. A nação tem
de considerar essa demanda. E a igreja deve entender que nem todas as relações
homossensuais são promíscuas. Tenho minhas posições contra a promiscuidade, que
considero ruim para as relações humanas, mas isso não tem uma relação estreita
com a homossexualidade ou heterossexualidade.” (In:
, acesso em
22/05/2012 às 15:59 hs.).
[9] De
acordo com a página na internet da emissora Rede Globo de Televisão, o G1, “O
Ministério Público Federal apresentou uma denúncia contra o bispo Edir Macedo,
da Igreja Universal do Reino de Deus, e mais três dirigentes sob acusação de
lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de quadrilha, falsidade
ideológica e estelionato contra fiéis para a obtenção de recursos para a
igreja.” (In:
,
acesso em 22/05/2012 às 16:07 hs.).
[10] De acordo com a página na internet da emissora Rede
Globo de Televisão, o G1, “Os bispos foram presos por levarem US$ 56 mil
em dinheiro vivo para os Estados Unidos. Eles declararam às autoridades
alfandegárias que traziam US$ 10 mil, que é o limite imposto pela lei
americana. Hernandes e Sônia têm residência em Miami e outros bens nos EUA, e
respondem a processo por evasão de divisas e lavagem de dinheiro - o que
estende as investigações até aos órgãos de inteligência americanos.” (In:
, acesso
em 22/05/2012 às 16:14 hs.).
[11]
“No início de 1999, Caio Fábio confessou um caso extraconjugal (adultério) com
a secretária com quem trabalhava desde 1983. Na época, era casado com a Alda
Maria Fernandes d'Araújo há 23 anos, mas o casamento estava abalado, agravado
por causa do Caso Dossiê Cayman” (In:
< http://pt.wikipedia.org/wiki/Caio_F%C3%A1bio_D%27Ara%C3%BAjo_Filho>,
acesso em 22/05/2012 às 16:21). Cf. Também o artigo “A volta do pecador” de
Roberta Paixão (In: < http://veja.abril.com.br/171199/p_168.html>, acesso
em 22/05/2012 às 16:25 hs.).
[12] I fear that the behavior of the
present generation of Christian leaders is such that we are going to give the
next generation a very poor example of godliness. If we do not arrest this
trend, we could be responsible for an outbreak of cynicism in the younger
generation, where doctrines are not honored anymore because the leaders of the
early generation did not adorn the doctrine with holy lives (Tit. 2:10).
[13]
Sanders (1985, p. 32) declara: “É aceito, em geral, que as duas palavras usadas
para os líderes da igreja – bispos e presbíteros – eram aplicadas a mesma
pessoa. Presbítero (ancião)
referia-se à sua dignidade e status, enquanto bispo relacionava-se à sua função, ou deveres. Em outras palavras,
uma palavra referia-se à pessoa, a outra, ao trabalho. Esta interpretação é
sustentada por passagens como Atos 20:17 e 28, em que Paulo se dirige às mesmas
pessoas, primeiro como presbíteros, e depois, como bispos. O significado atual
de bispo é uma transformação muito
posterior.” (Cf. também MACARTHUR JR, 1991, p. 85).
[14] One area where most
credobaptists and most paedobaptists agree is this: Baptism is the sign and
seal of the new covenant, inaugurated by Christ’s death and resurrection,
signifying the promise for the one baptized that sins are forgiven, that new
life in Christ is received, and that God gives the person a new heart and the
indwelling Holy Spirit, by faith.
[15] […] baptism is a sign of
faith, but it is in addition a sign of what that faith is trusting in!
[16] The end is given for which we
should approach the Table of the Lord: “Do this in remembrance of Me.” Whenever
we celebrate the Lord’s Supper, we commemorate the Lord’s death.
[17] It is according to the mind of
Christ that believers in the Lord’s Supper should make particular application of
Himself, and of the fruits of His death and sufferings, to themselves.
[18] A believer may take the bread and
say, “The Lord Jesus died for me.” And he may take the wine and say, “Christ
Jesus shed His blood for me.”
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