quinta-feira, 14 de junho de 2012

UMA QUESTÃO DE CARÁTER: A importância da integridade na vida de um líder.



MESQUITA NETO, Nelson Ávila (E. T. C. S.).



1 INTRODUÇÃO


Muito tem sido discutido acerca de liderança em nossos dias. O grande número de livros e artigos escritos a respeito parece não encontrar paralelo se comparado às décadas passadas. Um senso de insatisfação, ao que tudo indica, estende-se desde o Planalto Central, em Brasília, até aquela denominação eclesiástica que teve início há cinco segundos, enquanto estas linhas eram escritas. Perspectivas acerca do que se deve esperar de um líder, ou propostas e modelos, os mais variados, para o desenvolvimento de lideranças “eficazes”, não param de jorrar a todo instante de editoras e centros de treinamentos “especializados”.
Aparentemente, a grande maioria dos programas “engessados” de liderança que nos são apresentados, visa resultados instantâneos, espelhando-se nas mais recentes percepções do mundo empresarial à nossa volta. “Dá certo?” – revela-se a pergunta mais freqüente quando o assunto é liderar pessoas. Questões como caráter e integridade parecem já não fazer mais parte da discussão, sendo absolutamente dispensáveis nos programas pragmáticos de nossa geração.
Este trabalho se propõe justamente a abordar esta temática. Entendemos que caráter e integridade, não apenas precisam ser discutidos, mas são fundamentais. Portanto, iniciaremos procurando estabelecer aqueles elementos mais básicos e que não podem faltar à definição do termo “liderança”. Em seguida, apresentaremos um panorama daquilo que nos parece ser uma incontestável crise de integridade na liderança atual. Por fim, trabalharemos numa proposta que, longe de ser nova, fundamenta-se nos “meios de graça” como base para o desenvolvimento de um caráter íntegro – alicerce para uma liderança verdadeiramente saudável.
Embora muito do que esteja escrito aqui possa ser aplicado a uma área bem mais ampla em termos de liderança, temos nossas mentes voltadas especialmente para o campo eclesiástico, por isso, o temor de Paulo, o de que, “tendo pregado a outros”, não viesse ele mesmo a ser “desqualificado” (1 Cor. 9:27) [1], permanece bem diante de nossos corações, e deve ser incentivo para os que se encontram à frente do povo de Deus


2 MAS, O QUE É UM LÍDER MESMO?


A primeira coisa que deveríamos considerar ao tratarmos sobre liderança é a seguinte pergunta: “O que faz de alguém um líder?” Com isso estamos indagando a respeito, não daquela série de qualificações exigidas de quem assume qualquer papel específico no campo da liderança, como a presidência de uma empresa, a diretoria de uma escola, a gerência de uma loja, o pastorado de uma igreja etc., mas do quesito básico, uma espécie de menor irredutível, constituinte de um líder.
Ferreira (2000, p. 426) declara em seu minidicionário que “líder” é um substantivo masculino que significa “guia; chefe”, e “liderar”, um verbo transitivo direto que pode ser tomado como “dirigir na condição de líder”, ou “ser o primeiro em.” Em suma, portanto, um líder seria alguém à frente de outras pessoas, presidindo-as ou conduzindo-as rumo a algum lugar ou objetivo. Isto parece estar de acordo com a opinião de MacArthur (2009, p. 8), o qual afirma que “um verdadeiro líder inspira seguidores.” E acrescenta: “Aquele que não tem seguidores dificilmente pode ser chamado de líder”, visto que, em suas palavras, “[...] liderança é influência”.
Assim, um líder que não influencia alguém, nem inspira qualquer um a segui-lo, logicamente não terá a quem guiar e nem sobre quem presidir, tornando, por definição, inválida a atribuição da palavra “líder” a si mesmo, embora em nossos dias já tenhamos escutado alguns defendendo idéias como “seja líder de si mesmo” e outros jargões do “mercado” de auto-ajuda.[2]
 Agora, alguém poderia questionar: “Então, tudo que é necessário para ser um líder é influenciar pessoas e ter seguidores?” Nossa resposta é “sim”, pois é exatamente isto que a palavra líder significa; qualquer um nesta condição pode reivindicar o direito de chamar-se líder. Todavia, a indagação que deve levantar-se aqui não é tanto a respeito da distinção entre um líder e um não-líder, mas entre um líder bom e um líder ruim. Jin Jones foi um líder extremamente persuasivo, contudo não foi um bom líder; o fruto de seu ministério foi o acontecimento de 18 de Novembro de 1978 em Jonestown, na Guiana, que ficou conhecido como o maior suicídio em massa dos tempos modernos, onde 909 membros do “Templo do Povo” tiveram suas vidas ceifadas ao seu comando. Então, o que faz de alguém um bom líder?
Embora tenhamos usado o exemplo de Jin Jones, por ser um modelo negativo bem extremo de um líder, não nos deteremos em casos como o dele, onde um emaranhado de outras questões, muitas delas psicológicas, poderia ter lugar. Nosso caso é bem mais simples, e busca avaliar uma liderança saudável em termos de integridade, sendo esta resultante de um bom caráter.
MacArthur declara que “o líder ideal é alguém cuja vida e cujo caráter motivam as pessoas a seguirem seu exemplo” (2009, p. 8). Isto é absolutamente verdade. Muitos que ocupam papéis de liderança em grandes empresas possuem currículos invejáveis, e mesmo que consigam certo número de resultados positivos, estão muito aquém do que poderiam obter por meio de um simples exemplo de integridade pessoal. O problema é que “muito da ‘liderança’ do mundo não passa de manipulação das pessoas por meio de ameaças e recompensas” (MACARTHUR, 2009, p. 8). Desta maneira, os liderados obedecem por pura obrigação e de má vontade, estando dispostos a serem negligentes nas áreas em que os próprios líderes apresentam-se vulneráveis. Não é incomum ouvirmos pessoas retrucando acerca de seus superiores: “Se ele que é o maior interessado não faz, ou não se preocupa, por que eu deveria?” Este é o reflexo claro de alguém que não está comprometido com a causa pela falta de exemplo. Por isso, “o melhor tipo de liderança tira sua autoridade primeiro da força de um exemplo justo e não meramente do poder de prestígio, personalidade ou posição” (MACARTHUR, 2009, p. 8). Uma autoridade que se alicerça sobre um caráter íntegro que lidera pelo exemplo, chama seus liderados ao comprometimento voluntário, ao conduzi-los a um padrão que encontram no próprio líder e não a um padrão intangível e inalcançável, conquistando respeito, autoridade e gerando maior produtividade.
Temos falado em liderar por meio de exemplo, exemplo este que é reflexo de caráter e integridade pessoal, mas, o que queremos dizer por “caráter e integridade pessoal”? Esta é uma pergunta pertinente. MacArthur aponta para uma dificuldade por trás deste questionamento ao afirmar: “O problema é que vivemos numa era em que a própria definição de caráter ficou indistinta. As pessoas lamentam a perda de integridade em termos gerais, mas poucos têm alguma idéia clara do que a ‘integridade’ mais requer.” Aqui tomaremos ambos os termos, caráter e integridade, como intercambiáveis e sinônimos, apontando para uma postura ética e moral que se fundamenta, acima de qualquer convenção social, na eterna, imutável, autoritativa e inerrante Palavra de Deus, e busca viver de acordo com o padrão estabelecido por esta.
Embora muito do que se tenha dito acima possa ser aplicado à liderança de um modo geral, estamos interessados em estabelecer aqui um padrão para o líder cristão, independente de se o seu círculo de atuação se desenvolve na igreja ou num ambiente secular. Talvez algum líder não-cristão possa identificar-se com o descrito, visto que por vezes mesmo aqueles que não possuem “lei”, acabam procedendo “de conformidade com a lei”, em virtude da “norma da lei gravada” em seus corações (Rom 2:14, 15). Porém, somente o líder cristão tomará conscientemente as Sagradas Escrituras para abalizá-lo.


3 A CRISE DE INTEGRIDADE NA LIDERANÇA


Um clamor por líderes íntegros, às vezes até inconsciente, é claramente perceptível em nossos dias. As pessoas estão gritando por justiça diante da grande corrupção que se tem alastrado praticamente por toda a esfera ocupada por aqueles em posição de autoridade; embora seja bem verdade que este clamor esteja permeado também por excessivas doses de hipocrisia, visto que os que protestam, não raro, enquanto o fazem corrompem a si mesmos na primeira oportunidade de benefício próprio que encontram.
De acordo com MacArthur, “A integridade pessoal, aparentemente, não é mais uma exigência para o ofício político” (2009, p. 15), e poderíamos estender esta afirmação para bem mais do que apenas o âmbito político. Mas, por que tem sido tão difícil encontrar líderes de caráter?
MacArthur faz uma breve análise do baixo padrão moral de nossa sociedade, capacitando-nos a enxergar um mecanismo criado por ela mesma que milita contra qualquer tentativa de um crescente desenvolvimento de caráter e integridade:
A nossa é a primeira sociedade desde o decadente império romano que regulariza a homossexualidade. Nós estamos vivendo na primeira geração em centenas de anos que legalizou o aborto. O adultério e o divórcio são epidêmicos. A pornografia é agora uma indústria enorme e um empecilho principal no caráter moral da sociedade. Praticamente mais nenhum padrão moral ou ético claro é aceito. Não é à-toa que é difícil encontrar integridade pessoal inflexível (2009, p. 16).
As bandeiras da pós-modernidade são a tolerância e o relativismo. O relativismo destrói qualquer padrão moral e ético para julgamento do que quer que seja, visto que a própria verdade, a verdade absoluta, tem sua existência aniquilada, sendo substituída por um incontável número de opiniões, as mais variadas, que recebem agora igualmente o status de “verdade”, vago pela ausência da primeira.
A “tolerância” nos diz que se deve “1. Ser indulgente [condescendente, complacente] para com. [Bem como] 2. Consentir tacitamente [silencioso, calado]” (FERREIRA, 2000, p. 675). [3] Com isso, nossos julgamentos e críticas devem restringir-se as nossas próprias visões e “verdades”, resguardando as dos outros como plenamente válidas. Desta maneira, o que quer que satisfaça os ímpetos de alguém, independente de quão moralmente decadente possa parecer, como a abertura de casas para a troca de casais, o incentivo a fornicação por meio da distribuição de preservativos à adolescentes para “sexo seguro” e a regulamentação da prostituição como profissão, deve ser simplesmente aceito.
Aos que se levantam em protesto, tachando-nos de radicais, e apontando para o assassinato, o roubo, o excesso de velocidade etc. como crimes punidos pela lei que restringem a ação dos homens, impedindo que os ímpetos maus de alguém sejam irrestritamente satisfeitos, indagamos a respeito da base objetiva sobre a qual se fundamentam tais proibições. Alguns lançarão mão da subjetiva “vontade” da maioria em detrimento da “vontade” da minoria, mas isto despedaça completamente a propaganda pluralista do relativismo e da tolerância, sem falar que o problema torna-se ainda maior: “Com a crescente onda de violência e promiscuidade, o que nos garante então que a maioria vai continuar defendendo o assassinato, o roubo, a pedofilia etc., como crimes dignos de punição?” A união homossexual era matéria absolutamente inconcebível até bem pouco tempo atrás, porém já é regulamentada por lei em diversos lugares. O aborto já foi defendido em campanha eleitoral pela presidenta Dilma V. Rousseff [4], e mesmo a regulamentação da maconha encontrou no ex-presidente Fernando Henrique Cardoso[5] um ferrenho defensor. Quem nos garante que o próximo passo não será a legalização da pedofilia? Sem um alto padrão objetivo ético e moral para orientar as relações neste mundo de pecado e morte, estaremos completamente desprotegidos.
Infelizmente, a crise não afeta apenas o ambiente extra-eclesiástico. Muitos daqueles que se apresentam como líderes do povo de Deus, e, portanto, deveriam ser verdadeiros estandartes para onde as pessoas neste mundo caído poderiam olhar e encontrar o que realmente significam caráter, justiça, integridade, santidade etc., são testemunhos vivos exatamente do contrário, propagando o mesmo tipo de mentalidade mundana que permeia toda a sociedade hodierna; abandonando o alto padrão apresentado na Bíblia e abalizando-se pelos ditames da cultura vigente.
MacArthur Jr. declara que “é espantoso como a maioria das igrejas escolhem sua liderança. Elas selecionam pessoas que sejam mais bem sucedidas nos negócios, que tenham mais para dizer, e que tenham mais dinheiro” (1991, p. 103) [6]. Ele acrescenta: “Um homem não deve ser um líder na igreja porque é um bem-sucedido homem de negócios, tem habilidade inata para liderança, ou é um super vendedor. Ele deve ser um líder porque ele é um homem de Deus. Este é o princípio da efetividade na igreja” (1991, p. 104) [7]. Todavia, quão ignorado tem sido este princípio e quanto estrago tem sido causado por fecharmos os olhos para o que a Palavra de Deus nos ensina tão claramente em passagens como 1 Timóteo 3:1-13 e Tito 1:5-9.
Romeiro (1999) deu o seguinte título a um de seus livros: “Evangélicos em crise: decadência doutrinária na igreja brasileira”. Este expressa bem a realidade vivida na maior parte daquilo que hoje se chama igreja.
Neste livro, Romeiro nos apresenta a falta de discernimento do “evangelicalismo” brasileiro, dando exemplos, ainda, de líderes eclesiásticos que sustentam os mesmos baixos padrões morais de nossa sociedade corrompida, como no caso de Nehemias Marien, o qual afirma “[...] ser pastor presbiteriano da primeira igreja ecumênica do Brasil” (1999, p. 20) e defende abertamente que “na homossexualidade se pratica o amor liberto de todas as formas de preconceitos, numa entrega plena e sem restrições. Por isso mesmo mais puro e sincero” (1999, pp.22, 23); alegando que “o homossexualismo é uma prática de amor (...). [E por isso] A igreja não tem o direito de sonegar a bênção divina a duas almas gêmeas, não necessariamente macho e fêmea, quando estas se encontram no amor” (1999, p. 23).
Romeiro escreve que “Nehemias Marien não é o primeiro a publicar tais abominações” (1999, p. 23), e aponta para John Shelby Spong, “bispo de uma igreja episcopal nos Estados Unidos”, como alguém que defendera posições semelhantes, tendo chegado mesmo a declarar “[...] sem hesitação: ‘Eu espero ser usado por Deus para introduzir o homossexualismo na Igreja evangélica” (1999, p. 23). Mais recentemente, pode-se falar ainda a respeito das declarações do Pr. Ricardo Gondim [8], líder da Igreja Betesda, que chocaram o mundo evangélico ao serem interpretadas como apoio a causa homossexual.
A crise é tão alarmante que mesmo posições como o aborto têm encontrado guarida em círculos eclesiásticos modernos. Seu maior defensor no Brasil talvez seja o cabeça da Igreja Universal do Reino de Deus, bispo Macedo, que a despeito do título “Igreja”, é considerada pelos conservadores como uma seita neopentecostal, embora vista pelos leigos, ou mal intencionados, como legítima comungante do movimento evangélico.
Não bastassem todas estas coisas, ainda temos os escândalos morais, na maioria deles envolvendo lavagem de dinheiro e sonegação de impostos, crimes dos quais foram acusados o já mencionado bispo Macedo[9], e os líderes da igreja Renascer, Estevão e Sônia Hernandes [10], os quais chegaram até a ser presos nos Estados Unidos. Outros escândalos no âmbito moral geralmente dizem respeito a casos de infidelidade conjugal, como no famoso episódio do então Pastor presbiteriano Caio Fábio [11], em 1999, hoje líder do “Caminho da Graça”, e do televangelista internacional Jimmy Swaggart, o qual confessou em seu programa de televisão ter pecado, após Marvin Gorman, também televangelista, ter entregue “[...] aos oficiais da igreja fotografias de Jimmy Swaggart do lado de fora de um motel com uma prostituta” (CARTER e TRULL, 2010, p. 92). O curioso nesse caso é que o próprio Gorman, durante um processo contra Swaggart, também admitiu ter praticado “[...] um único ‘ato imoral’ com uma mulher” (CARTER e TRULL, 2010, p. 92).
O divórcio, já tido por natural na cultura ocidental, vem a algum tempo conquistando espaço também nos círculos ditos “evangélicos”. Aparentemente, não é muito difícil encontrar pastores que já estejam no segundo ou mesmo no terceiro casamento. A prescrição de Paulo, de que o líder deve ser “esposo de uma só mulher” (1 Tim. 3:2; Tit. 1:6), tem sido completamente relativizada. A este respeito, Lopes (2008, p. 136) aponta para pelo menos três problemas enfrentados pelos ministros divorciados: a) Ele expressa não saber “[...] como pastores que enfrentam a separação, o divórcio, um novo casamento e a adaptação à nova realidade (se tiver filhos é ainda mais difícil) encontram tranqüilidade para pastorear, ao mesmo tempo em que vivem as angústias da crise”; b) “O segundo ponto é o exemplo, para os filhos, se houver, e para os casais da igreja pastoreada”, o qual, para não dizer algo pior, fica extremamente arranhado; c) O terceiro, por fim, “[...] é a questão da autoridade. [...] Qual a autoridade de um pastor divorciado já pela segunda ou terceira vez para exortar os maridos da sua igreja a amar a esposa e a se sacrificar por ela?” Questiona Lopes.
Por uma série de razões como as supracitadas, Romeiro (1999, p.18) escreveu: “Temos hoje uma necessidade urgente de mais líderes que nos sirvam como modelos de oração, piedade e integridade. É claro que não são todos, mas há vários precisando muito mais de receber ministração do que em condições de ministrar.” No mesmo tom de lamento, Fernando (2003, pp. 35, 36) declarou:
Temo que o comportamento da presente geração de líderes cristãos seja tal que estejamos indo dar à próxima geração um exemplo muito pobre de piedade. Se não detivermos esta tendência, poderemos ser responsáveis por uma erupção de cinismo na geração mais jovem, onde as doutrinas não mais são honradas porque os líderes da primeira geração não adornaram a doutrina com vidas santas (Tit. 2:10). [12]

Embora este mundo não seja tão ruim quanto o potencial que ele detém, e isto se deve aos freios da graça de Deus apenas, o abandono da Palavra de Deus como única regra de fé e prática para a sociedade, e mesmo dentro da própria igreja, e a inclusão de padrões humanos inferiores, tornou possível a construção de uma cultura degradante e, conseqüentemente, a erupção de uma incontestável crise de caráter e integridade que assolam nossa era, principalmente no que diz respeito à liderança, a qual deveria apresentar-se como o espelho do povo que a segue. A pergunta que se levanta então é: “O que fazer para vencer a crise?”


4 NADANDO CONTRA A MARÉ


Muitas pessoas hoje estão dispostas a admitir a crise de liderança em nossa sociedade; são sinceros ao avaliar suas próprias falhas de caráter e pecados pessoais, porém, sinceridade apenas não é suficiente. Lidório (2008, p.17) afirma que “a grande diferença entre sinceridade e integridade é a obediência. Enquanto a primeira reconhece suas falhas e erros, a segunda se contorce incomodada por concerto e transformação. A integridade [portanto] vai além da sinceridade”. Assim, o primeiro desafio do líder cristão é batalhar por integridade.
De acordo com Lidório (2008, p. 9), na Palavra de Deus, “[...] a oração mais marcante na busca pela integridade talvez tenha sido a proferida pelo salmista, quando clamou: ‘Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno’” (Sal. 139:23, 24). Para ele, esta oração “[...] reconhece a nossa incapacidade de autoconhecimento e que, portanto, precisamos de Deus para nos sondar. Reconhece também a incapacidade humana de discernir os caminhos, ou de fazer a escolha certa entre o caminho mau e o caminho eterno” (2008, pp. 9, 10). Lidório arremata afirmando que “necessitamos de Deus para nos guiar.” E acrescenta: “Essa oração expressa as áreas da vida em que a luta se trava. Não é nos palácios ou nas ruas, mas no coração e nos pensamentos. Precisamos de Deus para nos provar. ‘Guia-me pelo caminho eterno’ deve ser o nosso pedido a cada nova manhã” (2008, p. 10).
Tal visão vai na contra-mão do que nos é proposto na atualidade. Longe de clamar a Deus por uma mudança em nosso caráter, que pode ser demorada e dolorosa, as pessoas estão em busca de soluções rápidas e fáceis. “Nossa cultura hoje está clamando por soluções pragmáticas, fórmulas confortáveis, programas de três passos, quatro passos, ou doze passos para responder a toda necessidade humana” (MACARTHUR, 2009, p. 10), porém, “[...] a liderança não é tanto sobre estilo ou técnica quanto é sobre caráter” (MACARTHUR, 2009, p. 8). MacArthur expressou esta verdade de uma outra maneira:
[...] o caráter – não estilo, não técnica, não metodologia, mas caráter – é o verdadeiro teste bíblico em relação à liderança notável. A organização empresarial é maravilhosa, porém o empresário sem caráter mais qualificado no mundo não é nenhum líder genuíno. Planejamento estratégico é importante, mas se você não tiver líderes que as pessoas seguirão, seu plano estratégico falhará. A clareza de uma declaração proposta bem traçada é crucial, mas o verdadeiro líder espiritual tem de ir além de esclarecer somente o foco das pessoas. O líder autêntico é um exemplo para seguir (2009, p. 11).
                                                               
Assim, “[...] um escravo humilde de caráter inatacável é mais satisfatório para liderança espiritual que um magnata empresarial cuja integridade é questionável” (MACARTHUR, 2009, p. 150). Por isso, MacArthur afirma: “Um homem é qualificado para esta posição por causa do que ele é, não meramente por causa do que ele faz. A ênfase está sempre no caráter mais do que na habilidade. A pureza, não a personalidade, é a questão fundamental” (2009, p. 150).
Lidório destaca que “a integridade, bem como outras virtudes cristãs, precisa ser construída” (2008, p. 15). Nossa pergunta, então, deve ser o que podemos fazer para cultivarmos um caráter integro à semelhança do que encontramos na Palavra de Deus, e que fora cabalmente exemplificado, na prática, pela própria vida santa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo?
Deus proveu para o Seu povo meios pelos quais podemos trabalhar nosso caráter. Os assim chamados “meios de graça”, são, em resumo, a oração, a Palavra e as ordenanças (ou sacramentos). Estes estão à nossa disposição e devem ser empregados por nós.

4.1 Oração

Embora já tenhamos falado um pouco sobre a necessidade de clamarmos a Deus para nos sondar e apontar nossos caminhos maus, afim de que possamos ser guiados rumo ao caminho eterno, cremos que algo mais precise ser dito a respeito da oração.
Os afazeres da vida geralmente têm conduzido muitos líderes a negligenciarem seus momentos de oração. Na verdade, até mesmo grandes homens de Deus, doutores em muitas das diversas áreas do escopo teológico, quando tratam da oração continuamente descrevem-se como pequenos aprendizes. Miller (2004, p. 25) declara que até mesmo o príncipe dos pregadores, Charles H. Spurgeon, “[...] dono de grande experiência nessa prática, incluía-se entre os que se sentem pouco à vontade com essa disciplina espiritual. Em determinado momento, ele chegou a dizer: ‘Em geral, sinto-me mais insatisfeito com minhas orações do que com qualquer outra coisa que faça’”.
Declarações como esta, vindas de um homem como Spurgeon, pode nos trazer algum conforto quando encaramos nossa própria luta com a oração, porém não devemos transformar este conforto em licença para a passividade. O próprio Spurgeon (2002, p. 70) declarou: “O ministro que não ora fervorosamente pela obra que realiza, só pode ser um homem fútil e vaidoso. Age como que se considerando auto-suficiente, e, portanto, como se não precisasse apelar para Deus.” Em outro lugar ele exclamou: “Creio que encontraremos menos falhas no ministério quando houver mais crentes a sós com Deus em oração” (apud MILLER, 2004, p. 31). Em certa ocasião Spurgeon (apud MILLER, 2004, p. 31) lamentou: “Se fôssemos mais fortes e vigorosos na oração, mais fervorosos em nosso coração, mais virtuosos na vida, quem saberia dizer que efeito exerceríamos sobre nossa época”. Ah, se este lamento ardesse nos corações dos líderes de nossos dias! O próprio Senhor Jesus era constante na prática de orações. O autor aos Hebreus diz que “nos dias da sua carne”, Jesus ofereceu, “com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte” (Heb. 5:7). Ele também foi responsável por ensinar seus discípulos a orar (Mat. 6:9-13; Luc. 11:2-4), instruindo-os a pedir livramento das tentações. A oração é responsável por boa parte do trabalho de lapidação de um caráter, visto que nos coloca bem diante do Deus que é Santo, Santo e Santo.

4.2 A Palavra

Paulo registrou: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, afim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Tim. 3:16-17). Desta maneira, a leitura da Palavra é requisito indispensável para qualquer um que almeje crescimento espiritual, pois ela é plenamente suficiente para o aperfeiçoamento do homem de Deus. Isto é ainda mais imprescindível ao ministro cristão, o qual é responsável pelo ensino da mesma.
Paulo escreveu a Timóteo que o bispo, isto é, o pastor [13], deve ser “apto a ensinar” (1 Tim. 3:2). Sanders (1985, p. 34) afirma que “mental e espiritualmente, o líder deve ter capacidade para ensinar”, e acrescenta: “Se ele [o líder] deseja ensinar, deve primeiro tornar-se um estudioso das Escrituras.” Citando H. A. Kent, Sanders (1985, p. 34) escreve: “Nenhum homem que se mostre incapaz de ser bem sucedido no ensino está capacitado para a liderança espiritual”.
Em sua interpretação de “apto a ensinar”, Sanders (1985, p. 34) explica ainda que “a palavra não implica apenas na habilidade mas também em disposição para ensinar; um desejo veemente, quase compulsivo, de compartilhar com outros as verdades que o Espírito Santo lhe ensinou, a partir das Escrituras”.
Enquanto que a leitura diária das Escrituras o vai auxiliando a desenvolver um caráter íntegro, sua posição como líder e expositor das Escrituras deve pressupor seu progresso no caminho da santificação. Como Sanders bem expressa: “O líder espiritual é responsável pelo ensino àqueles que estão sob seus cuidados, em grau maior ou menor, e seu ensino deve ter o suporte de uma vida inculpável” (1985, p. 34), ou seja, deve implicar em integridade de caráter. A Palavra é o martelo do Espírito na forja de um caráter. Pregá-la e não vivê-la é uma brutal contradição.
4.3 As ordenanças

Na tradição protestante são consideradas ordenanças, ou sacramentos, os dois mandamentos que Cristo nos deixou, a saber, o batismo (Mat. 28:19) e a Santa Ceia (Luc. 22:19-20; 1 Cor. 11:23-25). No batismo somos sepultados com Cristo em Sua morte e ressuscitamos com Ele para andarmos em novidade de vida (Rom. 6:4). Assim, Ware (In WRIGHT, 2009, p. 41) declara:
Uma área onde a maioria dos credobatistas e dos pedobatistas concorda é esta: o batismo é o sinal e o selo da nova aliança, inaugurada pela morte e ressurreição de Cristo, significando a promessa para o batizado de que os pecados são perdoados, de que a nova vida em Cristo é recebida, e de que Deus dá a pessoa um novo coração e a habitação do Espírito Santo, pela fé.[14]

Em outras palavras, é a exteriorização de um ato operado por Deus no interior do crente; “[...] é um sinal de fé [o aspecto subjetivo da profissão de fé do batizando], mas, em adição, é um sinal de em quê aquela fé está confiando [o aspecto objetivo da obra de Cristo realizada em Sua morte e na ressurreição]” (WARE in WRIGHT, 2009, p. 73) [15].
Desta forma, os ministros e líderes cristãos deveriam trazer à mente a realidade do batismo sempre que a tentação se apresentar buscando corromper seu caráter, ou seja, deveriam rememorar aquilo que professaram ao batizar-se, de que estavam crucificando seu “velho homem” (Rom. 6:6), morrendo “para o pecado” e ressuscitando a fim de viver “para Deus” (Rom. 6:10), e a obra realizada por Cristo em seus lugares, sobre a qual estão fundamentados seus batismos.
Do mesmo modo, a respeito da Ceia do Senhor, o Puritano Thomas Doolittle (1630-1707) escreveu: “O fim é dado pelo qual nós devemos nos aproximar da Mesa do Senhor: ‘Fazei isto em memória de Mim.’ Sempre que celebramos a Ceia do Senhor, nós comemoramos a morte do Senhor” (1998, p. 4) [16]. Doolittle (1998, p. 4) diz ainda que “está de acordo com a mente de Cristo que os crentes na Ceia do Senhor deveriam fazer uma aplicação particular dEle próprio, e dos frutos de Sua morte e sofrimentos, a si mesmos.” [17] Segundo ele, “Um crente poderia pegar o pão e dizer, ‘O Senhor Jesus morreu por mim.’ E ele poderia tomar o vinho e dizer, ‘Cristo Jesus derramou seu sangue por mim’” (DOOLITTLE, 1998, p. 4) [18]. Assim, somos relembrados na ceia do grande sacrifício que Cristo fez por nós. Cristo foi pregado numa cruz para que tivéssemos vida. Ele “foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isa. 53:5).
Se os sacramentos apontam para a realidade da morte e ressurreição de Cristo e se entendemos que isto foi feito por nós e em nosso lugar, devemos viver “por modo digno de Deus”, que nos chamou “para o seu reino e glória” (1 Tes. 2:12). Esta é uma verdade para todos os crentes, mas principalmente para os que estão em posição de destaque e autoridade.

4.4 O alto padrão

Diferentemente do que se é exigido dos que ocupam cargos de chefia na sociedade, o padrão de liderança estabelecido na Palavra de Deus é muito elevado. O ministro deve ser “irrepreensível” (Tit. 1:6, 7; 1 Tim. 3:2), “marido de uma só mulher” (Tit. 1:6; 1 Tim. 3:2), deve governar “bem a própria casa” (1 Tim. 3:4) e ter “filhos crentes” (Tit. 1:6), criados “sob disciplina, com todo o respeito” (1 Tim. 3:4), de modo que não sejam “acusados de dissolução”, nem sejam “insubordinados” (Tit. 1:6); o líder não deve ser “neófito” (1 Tim. 3:6), nem “arrogante” (Tit. 1:7), nem “irascível” (Tit. 1:7), nem “dado ao vinho” (Tit. 1:7; 1 Tim. 3:3), “nem violento” (Tit. 1:7; 1 Tim. 3:3), “nem cobiçoso de torpe ganância” (Tit. 1:7), “antes, hospitaleiro” (Tit. 1:8; 1 Tim. 3:2), “cordato” (1 Tim. 3:3), “amigo do bem” (Tit. 1:8) e “inimigo de contendas” (1 Tim. 3:3), “sóbrio” (Tit. 1:8; 1 Tim. 3:2), “modesto” (1 Tim. 3:2), “justo” (Tit. 1:8), “piedoso” (Tit. 1:8), tendo “domínio de si” (Tit. 1:8) e sendo “temperante” (1 Tim. 3:2), “apto para ensinar” (1 Tim. 3:2) e “apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem” (Tit. 1:9). Talvez um resumo de tudo isso seja o mandamento do apóstolo Paulo de que deveríamos seguir o seu exemplo de imitar a Cristo (1 Cor. 11:1), visto que Ele, Cristo, traz em si toda a plenitude da virtude. Por fim, o líder deve ser imitador até mesmo do próprio Deus-Pai (Efé. 5:1).
Diante disso MacArthur indaga: “Por que esse alto padrão?” Ao que ele mesmo responde: “Porque tudo o que os líderes são as pessoas se tornam”, visto que “líderes espirituais estabelecem o exemplo para outros seguirem” (2009, p. 150). Lidório diz que um pastor amigo seu “[...] percebia, entre outras coisas importantes, que nenhum homem vai além do seu caráter. E entendia o perigo de se desenvolver uma liderança ou uma reputação sem um caráter íntegro como fundamento” (2008, p. 15). Semelhantemente, no que diz respeito aos liderados, MacArthur afirma: “As pessoas não subirão acima do nível espiritual da sua liderança” (2009, p. 150). Como disse Jesus, “o discípulo não está acima do seu mestre” (Luc. 6:40). E o profeta Oséias também declarou algo similar, “como é o povo, assim é o sacerdote” (Osé. 4:9).
Temos visto como desenvolver um caráter íntegro através do uso dos “meios de graça” que Deus confiou ao Seu povo, buscando o Senhor em oração, aprendendo dEle na Palavra e trazendo à memória, através das ordenanças, aquilo que Cristo fez por nós em Sua morte e ressurreição. Vimos ainda o alto padrão exigido daqueles em posição de liderança, visto que estes servem de modelo aos que se encontram sob sua influência. Precisamos, por fim, relembrar que todos nós prestaremos contas a Deus no dia em que Ele vier julgar as nações. “Àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão” (Luc. 12:48). Em toda esta crise atual, pode-se encontrar pelo menos um lado positivo. As pessoas estarão prontas para seguir aqueles em quem elas puderem confiar, e este será, certamente, o líder de caráter. Quão reprováveis seremos nós se, tendo esta oportunidade nas mãos, negligenciarmos nosso dever de apresentarmo-nos como “sal e luz” (Mat. 5:13-14) diante desta geração insípida e que anda em trevas.


5 CONCLUSÃO


Concluímos, portanto, afirmando que se um líder quer de fato obter resultados, deve inspirar pessoas a seguir seu exemplo, e isto só será alcançado por meio da demonstração de um caráter íntegro em que os liderados sentem-se à vontade para confiar. Isto se aplica à todas as áreas da liderança e ainda mais especialmente à liderança eclesiástica, onde caráter e integridade não são opção, mas dever.
A partir de uma perspectiva meramente humana, devemos reconhecer que somos falhos e pecadores demais para cumprir perfeitamente as exigências da perfeita e santa Palavra de Deus, todavia, não podemos descansar de batalhar por santidade, fazendo uso dos maios de graça que o Senhor nos deixou, para que, de algum modo, possamos refletir a glória daquele a quem seguimos.
A exortação de Paulo à Timóteo, o jovem líder em formação, deve ser dirigida a nós também: “Tu, porém, ó homem de Deus, foge” de uma vida de pecados, e “segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão. Combate o bom combate” e “guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tim. 6:11, 12, 14). Líder, “mantém o padrão das sãs palavras” (2 Tim. 1:13).


  

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


CARTER, J. E.; TRULL, J. E. Ética ministerial: um guia para a formação moral de líderes cristãos. São Paulo: Vida Nova, 2010.

DOOLITTLE, T. A treatise concerning the Lord’s Supper. Morgan: Soli Deo Gloria Publications, 1998.

FERNANDO, A. Jesus driven ministry. Leicester: Inter-Varsity Press, 2003.

FERREIRA, A. B. H. Miniaurélio século XXI escolar: o minidicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

LIDÓRIO, R. Liderança e integridade. Belo Horizonte: Betânia, 2008.

LOPES, A. N. O que estão fazendo com a Igreja: ascensão e queda do movimento evangélico brasileiro. São Paulo: Mundo Cristão, 2008.

MACARTHUR, J. O livro sobre liderança. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.

MACARTHUR JR., J. F. The Master’s plan for the church. Chicago: Moody Press, 1991.

MILLER, S. Liderança espiritual segundo Spurgeon. São Paulo: Editora Vida, 2004.

ROMEIRO, P. Evangélicos em crise: decadência doutrinária na igreja brasileira. São Paulo: Mundo Cristão, 1999.

SANDERS, J. O. Liderança espiritual: guia das virtudes essenciais. São Paulo: Mundo Cristão, 1985.

SPURGEON, C. H. Lições aos meus alunos: homilética e teologia pastoral, vol. 2. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2002.

WRIGHT, D. F. (Ed.). Baptism: three views. Downers Grove: InterVarsity Press, 2009.


[1] Todas as citações bíblicas, com exceção das expressamente identificadas, foram retiradas da versão Almeida Revista e Atualizada (2 ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009), doravante ARA.
[2] A pergunta que se levanta é a seguinte: alguém que esteja lendo um livro como “Seja líder de si mesmo” não estaria sendo liderado pelo autor ao invés de por si mesmo? Em outras palavras, terminando a leitura alguém estaria realmente capacitado a ser um líder de si mesmo, ou, ao seguir os conselhos de um livro tal, as pessoas simplesmente caminhariam conforme as prescrições do autor, o verdadeiro líder?
[3] Embora o dicionário (FERREIRA, 2000) apresente um terceiro significado para “tolerar” (p. 675) como “suportar”, ele deixa claro que este suportar (p. 654) é num sentido de “Sustentar”, como “Segurar para que não caia; suster; suportar” (p. 656), o que seria algo como “dar suporte a”, o que propaga a idéia de que ser tolerante é apoiar a opinião do próximo sem exercer julgamento.
[4] Em sua página na internet, a redação do UCHO.INFO: a marca da notícia, publicou no dia 13/02/2012: “Durante a campanha presidencial, em 2010, Dilma defendeu a tese de que o aborto deve ser tratado como questão de saúde pública.” Na mesma matéria, é citada uma declaração feita em 2004 por Eleonora Menicucci de Oliveira, atual Ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, onde ela declara: “Estive também fazendo um treinamento de aborto na Colômbia. Era nas Clínicas de Aborto. A gente aprendia a fazer aborto.” (In: , acesso em 22/05/2012 às 15:31 hs.).
[5] Em um documentário conduzido pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e exibido no programa “Fantástico”, da Rede Glogo, a apologia à legalização da maconha ganhou audiência nacional. O “Fantástico” declara ter aberto votação entre os telespectadores para mensurar a opinião a respeito e alega que “57% dos telespectadores que votaram defenderam que o consumo deve ser permitido e regulamentado.” (In: , acesso em 22/05/2012 às 15:47 hs.)
[6] It`s amazing how most churches choose their leadership. They select people who are the most successful in business, who have the most to say, and who have the most money.
[7] A man is not to be a leader in the church because He is a successful businessman, has innate leadership ability, or is a supersalesman. He is to be a leader because he is a man of God. That is the beginning of effectiveness in the church.
[8] Em entrevista a CARTA CAPITAL, quando perguntado se era “[...] a favor da união civil entre homossexuais”, Gondim respondeu: “Sou a favor. O Brasil é um país laico. Minhas convicções de fé não podem influenciar, tampouco atropelar o direito de outros. Temos de respeitar as necessidades e aspirações que surgem a partir de outra realidade social. A comunidade gay aspira por relacionamentos juridicamente estáveis. A nação tem de considerar essa demanda. E a igreja deve entender que nem todas as relações homossensuais são promíscuas. Tenho minhas posições contra a promiscuidade, que considero ruim para as relações humanas, mas isso não tem uma relação estreita com a homossexualidade ou heterossexualidade.” (In: , acesso em 22/05/2012 às 15:59 hs.).
[9] De acordo com a página na internet da emissora Rede Globo de Televisão, o G1, “O Ministério Público Federal apresentou uma denúncia contra o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, e mais três dirigentes sob acusação de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de quadrilha, falsidade ideológica e estelionato contra fiéis para a obtenção de recursos para a igreja.” (In: , acesso em 22/05/2012 às 16:07 hs.).
[10] De acordo com a página na internet da emissora Rede Globo de Televisão, o G1, “Os bispos foram presos por levarem US$ 56 mil em dinheiro vivo para os Estados Unidos. Eles declararam às autoridades alfandegárias que traziam US$ 10 mil, que é o limite imposto pela lei americana. Hernandes e Sônia têm residência em Miami e outros bens nos EUA, e respondem a processo por evasão de divisas e lavagem de dinheiro - o que estende as investigações até aos órgãos de inteligência americanos.” (In: , acesso em 22/05/2012 às 16:14 hs.).
[11] “No início de 1999, Caio Fábio confessou um caso extraconjugal (adultério) com a secretária com quem trabalhava desde 1983. Na época, era casado com a Alda Maria Fernandes d'Araújo há 23 anos, mas o casamento estava abalado, agravado por causa do Caso Dossiê Cayman” (In: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Caio_F%C3%A1bio_D%27Ara%C3%BAjo_Filho>, acesso em 22/05/2012 às 16:21). Cf. Também o artigo “A volta do pecador” de Roberta Paixão (In: < http://veja.abril.com.br/171199/p_168.html>, acesso em 22/05/2012 às 16:25 hs.).
[12] I fear that the behavior of the present generation of Christian leaders is such that we are going to give the next generation a very poor example of godliness. If we do not arrest this trend, we could be responsible for an outbreak of cynicism in the younger generation, where doctrines are not honored anymore because the leaders of the early generation did not adorn the doctrine with holy lives (Tit. 2:10).
[13] Sanders (1985, p. 32) declara: “É aceito, em geral, que as duas palavras usadas para os líderes da igreja – bispos e presbíteros – eram aplicadas a mesma pessoa. Presbítero (ancião) referia-se à sua dignidade e status, enquanto bispo relacionava-se à sua função, ou deveres. Em outras palavras, uma palavra referia-se à pessoa, a outra, ao trabalho. Esta interpretação é sustentada por passagens como Atos 20:17 e 28, em que Paulo se dirige às mesmas pessoas, primeiro como presbíteros, e depois, como bispos. O significado atual de bispo é uma transformação muito posterior.” (Cf. também MACARTHUR JR, 1991, p. 85).
[14] One area where most credobaptists and most paedobaptists agree is this: Baptism is the sign and seal of the new covenant, inaugurated by Christ’s death and resurrection, signifying the promise for the one baptized that sins are forgiven, that new life in Christ is received, and that God gives the person a new heart and the indwelling Holy Spirit, by faith.
[15] […] baptism is a sign of faith, but it is in addition a sign of what that faith is trusting in!
[16] The end is given for which we should approach the Table of the Lord: “Do this in remembrance of Me.” Whenever we celebrate the Lord’s Supper, we commemorate the Lord’s death.
[17] It is according to the mind of Christ that believers in the Lord’s Supper should make particular application of Himself, and of the fruits of His death and sufferings, to themselves.
[18] A believer may take the bread and say, “The Lord Jesus died for me.” And he may take the wine and say, “Christ Jesus shed His blood for me.”

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