terça-feira, 11 de junho de 2013

VOCÊS SÃO DEUSES



Uma análise do Salmo 82.6 à luz da discussão proposta pelo Movimento da Fé.

MESQUITA NETO, Nelson Ávila [1]

INTRODUÇÃO

Em anos relativamente recentes, temos contemplado o surgimento, em determinados setores do evangelicalismo moderno, de uma nova maneira de se entender as palavras iniciais do Salmo 82.6: “Vocês são deuses”. Hanegraaff escreve que os proponentes do “Movimento da Fé” normalmente citam o uso feito por Jesus deste Salmo, em João 10.31-39, “como prova de que as pessoas são, realmente, deuses em miniatura” (2004, p. 120).
Nosso objetivo neste ensaio não é imergir nos pormenores teológicos de tal movimento, mas simplesmente tomar sua maneira de interpretar esta passagem e, após breve menção de parte do discurso de alguns dos seus mais renomados líderes, analisar o Salmo em questão, bem como o uso feito por Jesus do mesmo, a fim de concluirmos se estas passagens ensinam ou não a divinização da humanidade.

SOMOS DEUSES?

No Salmo 82.6 nós lemos: “Eu disse: vocês são deuses, todos vocês são filhos do Altíssimo”. A expressão traduzida como “deuses” é אֱלֹהִים [’ēlôhîym], e esta é a mesma palavra empregada para se referir ao próprio Senhor da criação (v. 1). Com base nesse texto, muitos têm alegado possuir evidências suficientes para o ensino de que os homens são, na verdade, mais do que meros homens e compartilham da própria essência divina como pequenos deuses sobre a terra.
Kenneth Copeland, talvez um dos mais conhecidos líderes do Movimento da Fé, frequentemente faz declarações que expressam tal entendimento. Numa fita intitulada “The Force Of Love” (tape # 02-0028) ele afirmou: “Você não tem um deus em você, você é um”. [2]
Em outra fita, “Following the Faith of Abraham” (tape # 01-3001), Copeland também disse:
A razão de Deus para criar Adão foi Seu desejo de reproduzir-se. Eu quero dizer uma reprodução de Si mesmo. Ele [Adão] não era um pouquinho como Deus, ele não era quase como Deus, Ele não estava nem mesmo subordinado a Deus [...] Adão é Deus manifestado na carne. [3]

Outros pregadores de maior popularidade no Brasil também fizeram declarações muito semelhantes, como no caso de Kenneth Hagin e Morris Cerullo. Hagin chegou a dizer:
O homem... foi criado em termos de igualdade com Deus, e poderia permanecer na presença de Deus sem qualquer consciência de inferioridade... Deus nos criou tão parecidos com Ele quanto possível... Ele nos fez seres do mesmo tipo dEle mesmo... O homem vivia no Reino de Deus. Vivia em pé de igualdade com Ele... O crente é chamado de Cristo... Eis quem somos; somos Cristo! (apud HANEGRAAFF, 2004, pp. 116-117).

Cerullo, igualmente afirmou:
Vocês sabiam que desde o começo do tempo o propósito inteiro de Deus era reproduzir-se?... Quem são vocês? Vamos lá, quem são vocês? Vamos lá, digam: ‘Filhos de Deus!’ Vamos lá, digam! E aquilo que opera em nosso interior, irmão, é a expressa manifestação de tudo quanto Deus é e tem. E quando estamos aqui de pé, vocês não estão olhando para Morris Cerullo; vocês estão olhando para Deus, estão olhando para Jesus. (apud HANEGRAAFF, 2004, p. 117).

Diante de tais palavras, a pergunta que se segue é inevitável: “É realmente este o ensino desta passagem? Adão era deus, e à semelhança dele nós também somos ou podemos ser deuses?”. Cremos que o contexto deste Salmo é bastante elucidativo e precisa ser considerado.

O CONTEXTO DO SALMO 82

De acordo com Kidner (2008, p. 323), “O ponto enigmático para o intérprete é a referência repetida a ‘deuses’ que são repreendidos pela sua injustiça”, assim, para nosso objetivo, é importante determinar o referente desta expressão.
Primeiramente, é preciso destacar que pelo menos três classes de pessoas são mencionadas neste Salmo. 1) Deus (v. 1), também chamado de Altíssimo (v. 6) e Juiz (v. 1). Esta é uma classe individual, composta apenas por Ele; 2) A assembleia divina (v. 1), também chamada de deuses (vv. 1, 6), filhos (v. 6), homens e governantes (v. 7); e 3) As nações (v. 8), ou terra (v. 8), composta por ímpios culpados (v. 2) e órfãos, fracos, necessitados, oprimidos (v. 3) e pobres (v. 4).
Cada uma destas possui atribuições diferentes. Deus é retratado como aquele que preside (v. 1) e julga (v. 8). Ele é o soberano a quem tudo pertence (v. 8). Já a assembleia divina é responsável por garantir justiça e manter os direitos dos fracos e necessitados (v. 3), embora sejam acusados por Deus de absolver os ímpios e favorecê-los (v. 2). A última classe representa todos os habitantes da terra, sejam ricos ou pobres, ímpios ou justos, os quais possuem um papel passivo diante das classes anteriores, as quais se estabelecem como autoridades sobre eles.
Desta breve análise, conclui-se que a assembleia divina é composta por aqueles em posição de governo, com poder para julgar, condenando impiamente ou fazendo justiça. Como supramencionado, eles são igualmente descritos como homens que morrerão e cairão como todos os demais governantes (v. 7). Embora Kidner entenda que o ponto de vista que interpreta “deuses” aqui como uma referência a anjos pareça “mais fiel [...] à linguagem do Salmo (e.g. v. 7), e ao emprego ocasional do termo ‘deuses’ ou ‘filhos de Deus’ para anjos” (2008, p. 324), e isto encontra certo apoio em algumas interpretações rabínicas[4], especialmente em um documento de Qumran (11 Q Melchizedek), Carson (2007, p. 399) destaca que, de acordo com o uso feito da passagem por Jesus no Evangelho de João (cap. 10), “a dificuldade [...] é que o quarto evangelho não menciona anjos nem Melquisedeque. Além disso, o cenário para a citação traça um forte contraste entre Deus e ‘um simples homem’ (v. 33), não Deus e anjos”. Mas, se a referência é a homens, por que, então, são chamados de “deuses” (vv. 1, 6)?
Ao que tudo indica, não é devido a qualquer tipo de distinção substancial – eles são homens (v. 7) como os demais que compõem o grupo das “nações”. Não são anjos ou coisa assim. Mesmo que pareça encaixar-se bem o link que Kidner faz entre estes “deuses” e os “principados e potestades”, “os dominadores deste mundo tenebroso” (cf. Ef 6:12), explicando a sentença de morte que lhes sobrevirá (v. 7) por meio da alusão à “segunda morte” (cf. Mat 25:41; Apo 20:10, 14-15), da qual o diabo e seus anjos têm parte (2008, pp. 324-325), parece no mínimo estranho que, dentre outras dificuldades, Deus estivesse a chamar estes seres espirituais caídos (demônios) à responsabilidade de fazer justiça (vv. 3-4), o que não se repete em nenhum outro lugar nas Escrituras.
Pode-se dizer ainda que embora o sentido ordinário da palavra אֱלֹהִים seja “deuses”, ela pode ser ocasionalmente aplicada também a magistrados, bem como a anjos e ao próprio Deus. No Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento são fornecidos como traduções possíveis os substantivos Deus, deuses, juízes e anjos (HARRIS; ARCHER JR.; WALTKE, 2008, p. 71). Já Strong (1999, p. 39), amplia o campo semântico para “anjos, X superior, Deus (deuses) (-sa, [...]), X (muito) grande, juízes, X poderoso”[5]. Além disso, devemos lembrar, como bem destaca Noda (1997, p. 18), que “o termo elohim (Deus) é aplicado no Antigo Testamento a homens em posição de autoridade, como no caso de Moisés em relação a Aarão.” “Ele falará por ti ao povo; ele te será por boca, e tu lhe serás por Deus [לו  לאלהים׃]” (Êxo 4.16 – ARA[6]). “Certamente este texto não está ensinando que Moisés é uma exata réplica de Deus” (NODA, 1997, p. 18), como poderiam pretender os proponentes do Movimento da Fé.
Também não parece haver qualquer distinção moral que os distinga do restante das nações, visto que eles não têm agido de acordo com a vontade de Deus fazendo justiça. Este ponto é importante porque, segundo Noda, visto que, no pensamento do Movimento da Fé, a queda legou a Satanás a autoridade de governar esta terra no lugar de Adão, como “deus deste mundo”, há uma dependência da obra da redenção para o reestabelecimento do homem como governante da criação. A ideia é que “pelo novo nascimento, o homem não somente é perdoado, mas torna-se da mesma essência de Deus, e é colocado como deus desta terra” (1997, p. 17). Todavia, não há nada sugerindo que os componentes da “assembleia divina” neste Salmo sejam homens regenerados, mas pelo contrário, Deus os reprova no segundo versículo por sua conduta injusta e traz um pronunciamento de juízo ao final de Sua fala (v. 7), o qual é seguido pelo clamor de Asafe para que o próprio Deus se levante e faça justiça sobre a terra (v. 8).
Por fim, ao que tudo indica, o fundamento para tal designação, “deuses”, recai sobre o fato de desempenharem uma função que compartilha da atribuição divina de “governo”. Conforme MacDonald, “eram chamados deuses não porque eram realmente divinos, mas porque representavam Deus quando julgavam o povo” (2008, p. 289). Este, aparentemente, é o único elo entre eles e Deus. A Palavra do Senhor aqui parece lembrar-lhes que, não obstante o alto posto que ocupam, o Supremo Juiz um dia fará justiça sobre a terra e todos, incluindo estes governantes, terão de prestar contas. “Apesar da posição privilegiada que Deus lhes concedeu, serão derrubados e punidos” (MACDONALD, 2010, p. 454). Nas palavras de Calvino (1999, p. 135), “Deus investiu os juízes com um título e caráter sagrados [...] mas ele, ao mesmo tempo, mostra que isto não proporcionará suporte e proteção aos juízes iníquos” (1999, p. 235). [7]
Assim, longe da ideia de exaltação da natureza humana regenerada em uma suposta nova condição essencial de divindade, o Salmo 82 chama de maneira reprovadora aqueles que ocupam um papel de autoridade à responsabilidade que suas funções demandam, deixando claro o juízo que aguarda os que se omitem de fazer justiça ou distorcem-na.

O USO DO SALMO 82 NO DISCURSO DE JESUS

Em João 10.31, logo após a declaração de Jesus acerca de Sua filiação divina (v. 29) e Sua união com Deus (v. 30), os judeus pegam “em pedras para apedrejá-lo” conforme alegação de “blasfêmia”, visto que Jesus, concebido por eles como “um simples homem”, apresentava-se como Deus (v. 33), já que esta filiação implicava em Sua divindade.
Jesus contrapõe esta investida citando o Salmo 82: “Não está escrito na Lei de vocês: ‘Eu disse: Vocês são deuses’?” (v. 34). A pergunta que deve ser feita então é: “o que Jesus queria dizer ao apelar para este Salmo? Será que esta objeção apoia de alguma maneira o ensino de que os homens são pequenos deuses sobre a terra?”
O versículo 6 do Salmo 82 serve como a base para a argumentação de defesa de Jesus. É importante lembrar que Jesus não nega Sua filiação divina, mas a reafirma no final do verso 36. Para defender a legitimidade de apresentar-se como tal, Ele se utiliza de um argumento “qal wahomer” [do menor – os juízes iníquos – para o maior – o Santo Filho de Deus] traçado a partir do texto bíblico citado, ou, como diz Harman (2011, p. 304), um argumento que “tem por base a variedade ‘quanto mais’”, e, assim, Jesus deixa três coisas bem claras, especialmente a última:
[...] seus oponentes [...] estão parcialmente certos (ele, de fato, se faz igual a Deus), parcialmente errados (esse fato não cria um Deus rival) e profundamente enganados (eles não entenderam o sentido de suas próprias Escrituras para ver como ele as cumpre, nem conheceram a Deus bem o bastante para perceber que a revelação que ele é e traz está em continuidade com a revelação de Deus já provida e é o ápice dessa revelação). (CARSON, 2007, p. 400).

E qual é o sentido das Escrituras que fora perdido por aqueles judeus? O contraste entre Jesus e os recipientes originais daquela revelação! Como bem escreve Boor (2002, p. 260), “Se ele [Jesus] puder demonstrar-lhes a partir da própria Escritura que também ali já havia pessoas colocadas em relação especial com Deus e adjetivadas de atributos divinos, eles terão de silenciar e não poderão simplesmente condená-lo como blasfemo.” A expressão “deuses”, como visto acima, foi empregada para referir-se aqueles governantes descritos como ímpios e injustos. Se eles poderiam ser mencionados pelo título “deuses” (θεοὺς), por que deveria causar estranheza que Jesus lançasse sobre si mesmo a expressão Filho de Deus? Ou, nas palavras de Hendriksen (2004, p. 484), é como se Jesus estivesse dizendo: “Vocês nunca protestaram quanto ao uso desse termo. Vocês nunca disseram que Deus (ou Asafe) cometeram um erro ao chamar os juízes deuses. [...] Então muito mais ainda [...] vocês deveriam se abster de protestar quando me denomino Filho de Deus.”
Os versículos 35 e 36 apresentam uma estrutura condicional que deve ser considerada a fim de comprovar este entendimento da passagem.
O padrão estrutural presente nesta sentença condicional é um εἰ na prótase [o “se” da condicional] seguido de um verbo no modo indicativo, εἶπεν – um segundo aoristo ativo, o que acaba por configurar-se como uma condicional de primeira classe, visto que na apódase [o “então” da condicional] encontramos um presente do indicativo, λέγετε.
Wallace (2009, p. 690) declara que “a condicional de primeira classe indica pressuposição da verdade por causa do argumento. A idéia [sic] normal, então, é se – e assumamos que isso seja verdade por causa do argumento – então...”. Wallace também destaca que “há um grande efeito retórico no se”, e acrescenta que frequentemente “a idéia [sic] parece encorajar a uma resposta, onde o autor tenta forçar seus ouvintes a chegarem à conclusão da apódase” (2009, p. 690), desde que a audiência já concorda com a verdade da prótase.
Seguindo este raciocínio, torna-se mais fácil compreender as palavras de Jesus nestes versos. Primeiramente, Ele assume a verdade da declaração do Salmo 82.6, de que aqueles juízes iníquos haviam sido chamados de “deuses”, e então busca levar seus ouvintes a concluírem que, desde que injustos foram chamados de “deuses” e “filhos do Altíssimo”, aquele “a quem o Pai santificou” (v. 36) tem ainda mais direito de arrogar para Si o título de “Filho de Deus” (v. 36). Assim, a relação entre prótase e apódase é de evidência-inferência, ou seja, a evidência de que iníquos foram chamados de “deuses” deve levar à inferência de que chamar um justo de Filho de Deus não é incorrer em blasfêmia (v. 36).

CONCLUSÃO

Concluímos, portanto, com base no que foi discutido anteriormente, que não há nada, tanto no Salmo 82.6 quanto no uso feito por Jesus do mesmo, que nos leve a entender que estes textos ensinem qualquer ideia de deificação da humanidade. Tudo o que nos é informado é que, no primeiro caso, o julgamento de Deus um dia será derramado sobre aqueles que receberam a incumbência de governar sobre o povo com justiça e negligenciaram ou distorceram esse papel, e, no segundo caso, que fugindo da acusação de blasfêmia por arrogar-se Filho de Deus, Jesus demonstrou que ímpios no passado haviam sido denominados pelo próprio Deus como “deuses” e “filhos do Altíssimo”, o que, por inferência, o confere plena legitimidade para atribuir tais títulos a Si, visto que, longe de qualquer injustiça, Ele era aquele “santificado” e “enviado” pelo próprio Pai ao mundo (v. 36). Assim, estes textos não podem ser utilizados verdadeiramente para ensinar que os homens são de alguma maneira do mesmo tipo do Criador – pequenos deuses – , como ensinam os líderes do Movimento da Fé.




REFERÊNCIAS


BOOR, W. de. Evangelho de João I: comentário esperança. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2002.

BRUCE, F. F. The Gospel & epistles of John. Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans Publishing Company, 1983.

CALVIN, J. Commentary on Psalms. Grand Rapids: Christian Classics Ethereal Library, volume 3, 1999.

CARSON, D. A. O comentário de João. São Paulo: Shedd Publicações, 2007.

HANEGRAAFF, H. Cristianismo em crise. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

HARMAN, A. Salmos: comentários do Antigo Testamento. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2011.

HARRIS, R. L.; ARCHER JR., G. L; WALTKE, B. K. Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Edições Vida Nova, 2008.

HENDRIKSEN, W. João: comentário do Novo Testamento. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2004.

KIDNER, D. Salmos 73-150: introdução e comentário. São Paulo: Edições Vida Nova, 2008.

MACDONALD, W. Comentário bíblico popular: Novo Testamento. São Paulo: Mundo Cristão, 2008.

________________. Comentário bíblico popular: Antigo Testamento. São Paulo: Mundo Cristão, 2010.

NODA, J. I. Somos deuses?: o que alguns televangelistas realmente estão ensinando. São Paulo: Facioli Gráfica e Editora Ltda., 1997.

STRONG, J. Strong’s hebrew dictionary. Albany: The Ages Digital Library Reference, version 1.0, 1999.

WALLACE, D. B. Gramática grega: uma sintaxe exegética do Novo Testamento. São Paulo: Editora Batista Regular do Brasil, 2009.



[1] Acadêmico do curso de Bacharel em Teologia pela Escola Teológica Charles Spurgeon.
[2] Disponível em http://www.cephasministry.com/kenneth_copeland.html. Acesso em 13 de maio de 2013, às 10:30 hs. You don't have a god in you, you are one. Todas as citações de Copeland mencionadas neste ensaio podem ser encontradas neste mesmo endereço eletrônico.
[3]Gods reason for creating Adam was His desire to reproduce Himself. I mean a reproduction of Himself. He [Adam] was not a little like God, he was not almost like God, He was not subordinate to God even [...] Adam is God manifested in the flesh
[4] Bruce escreve que “os intérpretes judaicos estavam divididos (como outros intérpretes têm estado divididos desde então) sobre a questão de se aqueles mencionados nesses termos por Deus são seres celestiais ou juízes humanos” [“Jewish interpreters were divided (as other interpreters have been divided sice then) on the question whether those addressed in these terms by God are celestial beings or human judges”].
[5]angels, X exceeding, God (gods) (-dess, [...]), X (very) great, judges, X mighty.
[6] A BÍBLIA SABRADA. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.
[7]God has invested judges with a sacred character and title [...] but he, at the same time, shows that this will afford no support and protection to wicked judges.

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