quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O “deus” de amor dos “Teístas Abertos” (“Teólogos Relacionais”) e “Teólogos Liberais”


Deus é AMOR!!! Este tem sido o maior slogan cristão dos nossos tempos. Sem dúvida, Deus É AMOR!!! É maravilhoso saber que entre Seus atributos encontra-se o Amor. Assim como Deus é imutável (“Pois Eu, o Senhor, não mudo” [Ml 3.6]) e Eterno (Gn 21.33; Dt 33.27; Jr 10.10), Ele “é amor” (1 jo 4.8), e por isso podemos confiar e nos alegrar na palavra que diz: “com AMOR ETERNO te amei”(Jr 31.30). Desde o princípio Deus era e continuará sendo pelos séculos dos séculos o “DEUS DE AMOR” (2 Cor 13.11); Ele não ama hoje e amanhã deixa de amar1. Seu amor permanece inabalável a preencher os recipientes de Sua misericórdia.

Deus é perfeito e o amor é uma das perfeições do caráter de Deus. Deus não pode ser mais amoroso (ou menos amoroso), pois de outra forma Ele não seria perfeito; haveria algo ainda a ser melhorado (ou acrescentado) ao Ser de Deus. Portanto, Deus ama na medida certa. Contudo, quanta confusão se tem levantado sempre que se eleva um dos atributos de Deus acima dos demais. Por exemplo: Através da ênfase na Onipresença e na Imanência de Deus, chegou-se ao Panteísmo2; do mesmo modo, através da ênfase na Transcendência de Deus, chegou-se ao agnosticismo3; da ênfase na Onipotência e Onisciência, originou-se o Fatalismo mórbido, que coloca o homem na condição de um ser passivo e inerte, negando-lhe qualquer tipo de responsabilidades. Mesmo que seja o amor, um dos considerados mais sublimes atributos de Deus, este também não pode ser colocado acima, como gerenciador, dos demais atributos do Ser de Deus, pois todos eles coexistem igualmente. No entanto, a ênfase no amor de Deus tem sido marca registrada desta geração e tem trazido drásticas consequências para a igreja, como por exemplo, o surgimento do “Teísmo Aberto” (ou “Teologia Relacional”, como é conhecido no Brasil).

O “Teísmo Aberto” (ou “Teologia Relacional”) que tem suas origens na Filisofia Grega4, Arminianismo5, Socinianismo6 e Teologia do Processo7, ensina que, por amor, Deus criou criaturas e quis relacionar-se com elas, mas, para que este relacionamento fosse verdadeiro, estas pessoas precisavam ser totalmente livres; por isso, Deus, em amor a este relacionamento, abriu mão de Sua soberania, erguendo-se do trono do universo e unindo-se aos agentes livres que criou, para juntamente com Eles construir o futuro. Deus também deixou de lado Sua Onisciência, pois, não haveria um relacionamento de fato livre se ele soubesse o que faríamos amanhã, por isso, Deus poderia saber tudo acerca do passado e do presente, mas não do futuro. Este relacionamento também continuaria não sendo livre se Deus interferisse nas atitudes livres de Suas criaturas sempre que algo não saísse de acordo com Seus planos, por isso Deus multilou Sua Onipotência, podendo tudo, mas nada fazendo sem consentimento prévio de todos os agentes livres envolvidos na situação.

Veja o Deus de amor do teísmo aberto em ação: Imagine a cena: um homem viciado em crak sai pelas ruas com uma arma na mão. Ele quer mais dinheiro para sustentar seu vício. Numa rua sem movimento e mal iluminada, uma jovem caminha rumo a estação de metrô. Ela se atrasou no trabalho e saiu mais tarde que o habitual. O encontro é inevitável e Deus assiste tudo... O homem saca a arma. Ela tenta fugir e ele dispara. Ela cai morta e ele vai embora com o dinheiro... Segundo o teísmo aberto, Deus nada podia fazer, pois, se o fizesse, violaria a liberdade (livre-arbítrio) daqueles agentes livres. Deus não sabia o que aconteceria, pois haviam muitas ações livres implícitas na questão e tudo o que Deus conhece são as possibilidades. Aquilo machucou profundamente o coração de Deus e ele certamente estava torcendo para que nada de mal acontecesse, mas não havia nada que Ele pudesse fazer, se não lamentar angustiadamente. E quanto ao propósito? Deve haver algum propósito em todo este caso lamentável... O deus do Teísmo Aberto diz: NÃO! Foi tudo uma fatalidade...

Bruce A. Ware, ilustrando a visão do “Teísmo Aberto” acerca do sofrimento escreve: “Quando a tragédia entrar em sua vida, por favor, não pense que Deus tem algo a ver com isso! Deus não deseja que a dor e o sofrimento ocorram e, quando isso acontece, ele se sente tão mal com a situação como aqueles que estão sofrendo. Não pense que, de alguma maneira, essa tragédia deva cumprir algum propósito final. É bem possível que não seja assim! O mal que Deus não deseja acontece a todo momento e, com frequência, não serve para nenhum bom propósito. Porém, quando sobrevém a tragédia, podemos confiar que Deus está conosco e nos ajuda a reconstruir o que se perdeu. Afinal, de uma coisa temos certeza, a saber: Deus é amor. Então, embora não possa evitar que uma boa parcela de coisas ruins aconteça, ele sempre estará conosco quando elas acontecerem”8.

Será que a Bíblia se engana ao relatar o episódio de Atos 4.27,28? “De fato, Herodes e Pôncio Pilatos reuniram-se com os gentios e com o povo de Israel nesta cidade, para conspirar contra o teu santo servo Jesus, a quem ungiste. Fizeram o que o teu poder e a tua vontade haviam decidido de antemão que acontecesse” (NVI – ênfase acrescentada). Não lemos aqui que todo o sofrimento que sobreviera sobre Jesus fora determinado por Deus? Deus estava por trás de tudo isso (inclusive das ações, supostamente “livres”, dos ímpios) e não era sem propósito; foi por meio deste sofrimento que recebemos a salvação! E o que dizer sobre o diálogo entre Deus e Ananias a respeito do apóstolo Paulo? Atos 9.15,16: “Mas o Senhor disse a Ananias: ‘Vá! Este homem é meu instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e seus reis, e perante o povo de Israel. Mostrarei a ele o quanto deve sofrer pelo meu nome” (NVI – ênfase acrescentada). Como, pela visão do “Teísmo Aberto”, responder a passagens como essas sem desrespeitar (ou até mesmo violentar) o texto bíblico? Só podemos dizer que “A visão aberta rebaixa Deus, pura e simplesmente falando. Tenta tornar mais significativa a escolha e ação humanas, a custa da própria grandeza e glória de Deus. O Deus do teísmo aberto é muito limitado, simplesmente por ser menos que o majestoso, pleno conhecedor, todo-sábio Deus da Bíblia” 9. O deus do Teísmo Aberto não sabe e não pode; está cego quanto ao futuro; tem a boca fechada e as mãos amarradas para não interferir nas livres escolhas (livre-arbítrio) de seus agentes livres; está limitado pelo poder das suas criaturas.

O Teísmo aberto tira o controle remoto do mundo das mãos de Deus e o coloca nas mãos dos homens. É o antropocentrismo entronizado. É um deus estremamente debilitado e não o Deus das Escrituras, sobre o qual lemos: “Porque o domínio é do Senhor, e ele reina sobre as nações” (Sl 22.28); “Mas o nosso Deus está nos céus; ele faz tudo o que lhe apraz” (Sl 115.03). Sobre Sua onisciência: “...Eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade” ( Is 46. 9,10). Como disse C. S. Lewis: “Todo aquele que realmente crê em Deus acredita que Ele sabe o que você e eu vamos fazer amanhã”10. O deus do Teísmo aberto só nos deixa o desespero, pois um deus que não seja o “Todo-Poderoso” que “reina” (Ap 19.6; 15.3 [ó Rei dos séculos]) e conhecedor de “todas as coisas” (1 Jo 3.20 [inclusive “as coisas que ainda não sucederam” - Isaías 9.10]) não é digno de confiança nem tem autoridade para fazer cumprir suas promessas. “Quanto à visão aberta, só se pode dizer o seguinte: ‘O Deus deles é limitado demais!’”11.

Há, ainda, um outro deus, cuja matéria-prima constituinte de seu ser é tão somente o amor; um deus que está mais preocupado com as misérias do povo do que com suas crenças; um deus que no final das contas perdoará a todos e lhes dará lugar junto dele no paraíso. Alguns poderiam questionar: “E o inferno?”, “Inferno?! Isto não existe!”, responderiam os seguidores deste deus, “pois um deus que é amor não poderia lançar as pobres e imperfeitas criaturas que idealizou em qualquer tipo de tormento sem fim. Isto feriria o caráter do amor divino, ao passo que o sofrimento eterno de suas criaturas seria o seu próprio sofrimento eterno”, e, indo além dos aniquilacionistas: “O amor de Deus não tem fim, e esse amor perdoa TUDO!”, argumentariam ainda.

Semelhantemente ao Teísmo aberto, este também não é o Deus da Bíblia. Este é o deus que os liberais e nossa cultura secularizada e sentimentalista criaram para si mesmos. É muito agradável, para alguns, levar uma vida sem sensuras; fazer tudo o que quiser sem ter que se preocupar de um dia prestar contas do que quer que seja, e mais do que isso, é muito agradável acreditar em um “deus” que vive somente para o bem-estar do ser-humano; um “deus” cujo principal obejetivo é a felicidade de suas criaturas e a realização dos desejos destas. Mas, onde foi parar a glória de Deus? No Breve Catecismo de Westminster lemos que: “O fim principal do homem é GLORIFICAR a Deus e gozá-lo para sempre”12 e não o contrário. Deus não existe por causa de nós; Ele “existe desde a eternidade” (Sl 93.2) e não precisava de nós lá, pois se fôssemos necessários, também existiríamos desde a eternidade. Deus não é este senhor senil e benevolente, que passa a mão na cabeça de suas criaturas rebeldes, sendo conivente com suas iniquidades. Ele exige SANTIDADE! (Hb 12.14 - “sem a qual ninguém verá o Senhor”). Deus “ODEIA a todos os que praticam a maldade” (Sl 5.5). Mas alguém me dirá: “Não! O meu deus não odeia, ele é só amor!” Sinto muito informar-lhe, mas não é isso que as Escrituras afirmam. Deus “ODEIA” e como Diz Paul Washer: “Deus é amor portanto Ele DEVE odiar... [e, exemplificando acerca disto, ele continua] ...Se eu amo bebês eu devo odiar aborto. Você ama judeus? Deve odiar o Holocausto. Você ama Afro-Americanos? Você deve odiar a escravidão deles... Percebe? Se você realmente ama o que é certo, o que é perfeito, o que é bom, então também odiará, e se oporá contra tudo que contradiz aquele padrão. Deus ama tudo o que é certo, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é bom, todas as virtudes, mas Escritura após Escritura, a Bíblia nos diz que Sua Ira é manifesta contra toda impiedade! (Rm 1.18)”13. Você lerá sobre a ira de Deus em Números 22.22; Deuteronômio 4.25; 6.15; 9.7; 31.17; Josué 23.16; Juízes 2.12; 2 Samuel 6.7; Jó 4.9; Salmo 27.9; 77.9; 78.31; 85.4; Jeremias 42.18; Ezequiel 13.13; 25.14; Oséias 11.9; Jonas 3.9; Naum 1.2; João 3.36; Romanos 1.18; 2.5; 3.5; Efésios 5.6; Colossenses 3.6; 1 Tessalinissenses 2.16; Apocalipse 14.10,19; 15.1, 7; 16.1; 19.15... Só para citar alguns textos. E o que dizer de Jesus? Jesus foi o mais amoroso e manso homem do qual se tem notícia, todavia, o vemos revirando mesas e cadeiras, expulsando os mercadores do templo (Mr 11.15); o vemos também, em confronto com os fariseus, a declarar: “Vós tendes por pai o diabo” (Jo 8.44) e ainda: “Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?” (Mt 23.36). Estaria Jesus sendo desamoroso aqui, ou esta seria uma mancha no caráter do Mestre? Jesus, aquele homem que era todo amor, falando palavras tão ásperas, inclusive sobre inferno? D. Eryl Davies diz que “A maior parte das referências diretas do Novo Testamento ao inferno vem dos lábios do Senhor Jesus Cristo e se encontra predominantemente nos Evangelhos sinóticos”14; Jesus, o “Filho amado”, não aliviou sua mensagem para ser mais aceito ou estimado, Ele pregou a verdade e esta verdade inclui algumas realidades que são extremamente desagradáveis à mente carnal, mas devem ser aceitas por aqueles que se denominam seguidores e adoradores do Cristo. “W. G. T. Shedd está certo quando afirma: ‘O apoio mais forte dado a doutrina da punição eterna está no ensino de Cristo (...) Jesus Cristo é a pessoa responsável pela doutrina da punição eterna. Ele é o ser contra quem todos os oponentes deste dogma teológico estão em conflito’”15.

Deus disse a Moisés: “Eu Sou o que Sou” (Ex 3.14) e é assim que devemos adorá-LO, não tentando fazer de Deus aquilo que Ele não é ou o que queremos que Ele seja. Aquele que adora outros deuses (por mais amorosos que possam parecer estes outros deuses), está sujeito ao juizo do Senhor, que diz: “Certamente perecerá” (Dt 8.19) e o “profeta que tiver a presunção de falar [...] em nome de outros deuses, esse profeta morrerá” (Dt 18.20).

“Não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20.3). Este é o mandamento mais quebrado e o pecado mais cometido em nossa geração!

Soli Deo Gloria!


Nelson Ávila.

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1 Richard Baxter (1615-1691) em seu sermão “Directitions Against Inordinate Man-pleasing”, na “Direction XI” (“The Advantages of Pleasing God Rather than Men”) disponível em português no endereço eletrônico: http://emdefesadagraca.blogspot.com/2010/10/as-vantagens-de-agradar-deus-ao-inves.html e originalmente em: http://www.puritansermons.com/baxter/baxter10.htm) diz que “Ele é constante e imutável, e não está satisfeito com uma coisa hoje e outra oposta amanhã; nem com uma pessoa este ano da qual se cansará no próximo”.

2 Na enciclopédia eletrônica livre Wikipédia, encontra-se um breve resumo sobre o panteísmo onde lê-se:

“A principal convicção é que Deus, ou força divina, está presente no mundo e permeia tudo o que nele existe. O divino também pode ser experimentado como algo impessoal, como a alma do mundo, ou um sistema do mundo. O panteísmo costuma ser associado ao misticismo, no qual o objetivo do mortal é alcançar a união com o divino” (Acessado em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pante%C3%ADsmo, em 11 de novembro de 2010 as 11:08 hs.).

Em suma, Deus é tudo e tudo é Deus (em grego: pan, tudo; theos, Deus).

3 “Agnosticismo” deriva-se da palavra grega “agnostos”, sendo “a” um prefixo de privação (ou de negação) e “gnostos” (conhecimento).

O agnosticismo separa aqueles que acreditam que a razão não pode penetrar o reino do sobrenatural daqueles que defendem a capacidade da razão de afirmar ou negar a veracidade da crença teística (...) Alguém que admita ser impossível ter o conhecimento objetivo sobre a questão — portanto agnóstico — pode com base nisso não ver motivos para crer em qualquer deus (ateísmo fraco), ou pode, apesar disso, ainda crer em algum deus por fé (fideísmo). Nesse caso pode ser ainda um teísta, caso acredite em conceitos sobrenaturais como propostos por alguma religião ou revelação, ou um deísta, caso acredite na existência de algo consideravelmente mais vago” (Acesso in: http://pt.wikipedia.org/wiki/Agnosticismo, em 11 de novembro de 2010, as 14:50 hs).

Em suma, o agnóstico admite a possibilidade de um Deus, mas não admite a possibilidade de se chegar a qualquer definição acerca deste Deus, por Ele estar infinitamente distante da compreenção humana.

4 Segundo o Rev. Augustus N. Lopes, “Algumas das idéias da Teologia Relacional têm uma impressionante semelhança com as especulações dos filósofos gregos”, como por exemplo, “o livre-arbítrio libertário” que traz “a idéia de que o arbítrio humano é completamente independente de forças externas e internas e, portanto, totalmente livre em tomar decisões. Isso ocorre porque o mundo e a história são governados pelo acaso.” Há também o conceito da “limitação de Deus”. “Os deuses da mitologia grega, cantados na Odisséia e na Ilíada de Homero, são concebidos como seres finitos e limitados, que não governam o mundo de acordo com sua vontade, mas espreitam os homens e suas decisões, intervindo algumas vezes”. Por fim, ele cita “o conceito de um futuro aberto e indeterminado” onde “encontramos a idéia de um mundo autônomo, funcionando por si mesmo, já que não havia deuses que determinassem seu curso, e visto que as decisões humanas eram imprevisíveis”. “Essas idéias acima podem ser encontradas em filósofos como Tales, Epicuro, Platão e Aristóteles, para mencionar alguns.” (LOPES, Augustos N., Teologia Relacional: Suas origens, seus ensinos, suas consequências, São Paulo, ed. PES, 2008, pgs. 12, 13.)

5 O Rev. Augustus N. Lopes em seu livro Teologia Relacional: Suas origens, seus ensinos, suas consequências declara:

“A maior influência na Teologia Relacional, sem dúvida é o arminianismo. Podemos afirmar inclusive que ela é um desenvolvimento lógico do arminianismo, ou ainda, o arminianismo levado às suas últimas consequências (...) O ponto central do arminianismo é que a salvação depende da decisão humana. É o homem, com seu livre-arbítrio, quem decide o seu futuro e, portanto, o futuro da raça humana. A salvação foi dada por Deus mas ela só é eficaz se o homem decidir aceitá-la.” (LOPES, Augustos N., Teologia Relacional: Suas origens, seus ensinos, suas consequências, São Paulo, ed. PES, 2008, pg. 13)

Em seu livreto “Os cinco pontos do calvinismo”, W. J. Seaton faz distinção entre a visão calvinista e a arminiana, relacionando os cinco pontos do arminianismo da seguinte maneira: “1. Livre-arbítrio, ou capacidade humana (...) 2. Eleição condicional (...) 3. Redenção universal, ou expiação geral (...) 4. A obra do Espírito Santo na regeneração limitada pela vontade humana (...) 5. Cair da graça” (SEATON, W. J., Os Cinco Pontos do Calvinismo”, São Paulo, SP, editora PES, pgs. 3, 4.). Sobre estes cinco pontos o Rev. Nicodemus escreve: “A Teologia Relaconal concorda com praticamente todos os pontos da interpretação arminiana da salvação com exceção daquele que fala da presciência de Deus [eleição condicional], que Deus anteviu a escolha dos que haveriam de ser salvos. (LOPES, Augustos N., Teologia Relacional: Suas origens, seus ensinos, suas consequências, São Paulo, ed. PES, 2008, pg. 15.).

6 “Este é o nome que se dá a outra corrente teológica do século XVI originada nas idéias dos italianos Lélio Socínio (1525-1562) e seu sobrinho Fausto Socínio (1539-1604). Esses teólogos negavam em seus escritos a deidade de Cristo, Sua morte vicária na cruz e a imputação da Sua justiça aos pecadores arrependidos. Suas idéias eram tão heréticas que foram condenadas pelos católicos e pelos protestantes”. Declarou o Rev. Augustus N. Lopes; ao abordar o assunto acerca da visão sociniana da onisciência de deus, prosseguiu:

“O ponto que nos interessa aqui é a aquilo que os teólogos relacionais acreditam (...) Lélio e Fausto argumentaram que os calvinistas estavam, a princípio, logicamente corretos em dizer que o conhecimento que Deus tem do futuro se baseia no fato que o próprio Deus havia determinado tudo o que vai acontecer. Deus sabe as coisas que vão acontecer porque Ele mesmo determinou essas coisas. Todavia, eles prosseguiram a argumentar que os arminianos estão corretos quando dizem que é inadmissível pensar que Deus determinou tudo que vai acontecer, pois isso anula a liberdade humana. Logo, para que se possa preservar a plena liberdade do homem, é preciso negar não somente que Deus preordenou as decisões livres de agentes livres, mas também que Deus conhece de antemão quais serão tais decisões. E assim, os socinianos foram além do calvinismo e do arminianismo, negando a soberania de Deus (calvinistas) e também a Sua presciência (arminianos) (...) É exatamente esse o ensino da Teologia Relacional quanto à presciência de Deus (... ) A semelhança é notável, até mesmo nos detalhes. Os socinianos diziam que a onisciência de Deus significava que Deus conhecia tudo o que era possível de ser conhecido. Como as decisões livres dos seres humanos eram impossíveis de serem conhecidas – exatamente porque eram livres – Deus não podia ter conhecimento delas. Os teólogos relacionais argumentam da mesma forma, redefinindo a onisciência de Deus de maneira similar.” (LOPES, Augustos N., Teologia Relacional: Suas origens, seus ensinos, suas consequências, São Paulo, SP, editora PES, 2008, pgs. 16, 17, 18.).

7 Nas palavras do Rev. Augustus N. Lopes:

“Existe também uma semelhança visível entre a relação de Deus com o tempo defendida pela Teologia Relacional e aquela da Teologia do Processo. É verdade que os teólogos relacionais criticam a Teologia do Processo; todavia, não conseguiram se distanciar o suficiente para evitar a sua influência (...) De acordo com o cristianismo clássico, o Deus eterno criou o tempo e vive fora dele. Dessa forma, ele pode contemplar simultaneamente o passado, o presente e o futuro, como se fossem janelas ou telas abertas diante dEle. A Teologia do Processo nega esse conceito e defende que a realidade está em processo de mudança constante e que Deus evolui e progride dentro dessa realidade. Os teólogos relacionais admitem que Deus vive no tempo, mas discordam que isso faça parte essencial da Sua existência. Afirmam que ele optou por viver no tempo para poder Se relacionar de forma amorosa e significativa com Suas criaturas (...) apesar das críticas à Teologia do Processo, a Teologia Relacional afirma que Deus vive dentro do tempo, sujeito ao passar do tempo e às mudanças que isso proporciona. Ao final, temos de lidar com um Deus que, à nossa semelhança, aprende e evolui com o passar do tempo e não pode saber com exatidão o que nos aguarda no futuro. (LOPES, Augustos N., Teologia Relacional: Suas origens, seus ensinos, suas consequências, São Paulo, SP, editora PES, 2008, pgs. 19,20).

Outras semelhanças são: “a crítica de que a teologia cristã clássica foi influenciada por idéias da filosofia grega quanto a formulação da doutrina de Deus” (Ibid, p. 21); ambas defendem também:

“uma reformulação da doutrina clássica a respeito de Deus. A onisciência de Deus deve ser entendida como Seu conhecimento de tudo que pode ser conhecido – menos o futuro que ainda não aconteceu. A onipotência é entendida como poder perfeito, mas Deus não tem monopólio dele. Ele tem todo o poder possível a um ser. Não que Seu poder seja ilimitado. Ele é somente o maior. Portanto, Deus nunca pode determinar um evento, ou que alguma coisa aconteça irreversivelmente. Seu poder é coercivo, nunca determinativo. Todas essas idéias são também defendidas pelos teólogos relacionais” (Ibid, pgs. 21, 22).

8 WARE, Bruce A., Teísmo Aberto: A teologia de um deus limitado, São Paulo, SP, Vida Nova, pgs. 13,14 (ênfase acrescentada).

9 Ibid., pg. 21.

10 Citado na capa do livro “Teísmo Aberto: Uma teologia além dos limites Bíblicos” (PIPER, John; TAYLOR, Justin; HELSETH, Paul K., Teísmo Aberto: Uma teologia além dos limites bíblicos, São Paulo, SP, Vida, 2006).

11 WARE, Bruce A., Teísmo Aberto: A teologia de um deus limitado, São Paulo, SP, Vida Nova, pg. 20.

12 O Breve Catecismo/ Assembléia de Westminster (1643 a 1652); [tradução Igreja Presbiteriana do Brasil]. – 2.ed. – São Paulo: Cultura Cristã, 2005, pg. 7.

13 Vídeo disponível em: http://emdefesadagraca.blogspot.com/2010/05/deus-odeia-pecadores-e-nao-somente-o.html . (acesso em 16 de novembro de 2010, as 14:05 hs.).

14 DAVIES, Eryl D., Um Deus Irado: O lugar do inferno na pregação, São Paulo, SP, editora PES, p. 9.

15 Ibid, pgs. 9, 10.

2 comentários:

  1. Show de Bola! Muito bom, estou até pensando em desistir do Seminário. Com postagens teológicas reformadas que nem essa, não precisa fazer seminário. Basta acessar e ler.
    Amigo essa é uma triste realidade. Mas Graças ao Senhor, Deus tem nos guardado! Desses males que assolam a Teologia Cristã.
    Abraços de Thiago Sanches

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  2. Obrigado pelo comentário Thiagão! Estou aprendendo com você...

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